sexta, 30 de maio de 2025
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ALTA NA PRODUÇÃO DE CAFÉ E SOJA REFORÇA PROTAGONISMO DO BRASIL NO AGRONEGÓCIO, APONTA ABIA

Bruna Carvalho - 29/05/2025 13:27

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) divulgou seu mais recente levantamento sobre commodities agrícolas, com dados de abril de 2025, revelando a força da produção brasileira em um cenário de volatilidade nos preços e incertezas logísticas. Café e soja se destacaram com crescimento expressivo, reafirmando o protagonismo do Brasil como fornecedor estratégico de alimentos.

“Mesmo diante de um ambiente global desafiador, com tensões geopolíticas e gargalos na logística internacional, o Brasil segue firme como um dos principais pilares da cadeia alimentar mundial”, afirma Cleber Sabonaro, gerente de economia e inteligência competitiva da ABIA. “A potência das nossas commodities reforça nossa responsabilidade e nossa vantagem competitiva no setor de alimentos.”

A valorização das commodities tem impacto direto sobre os custos da indústria de alimentos. Atualmente, matérias-primas e embalagens representam, em média, mais de 60% do custo de produção industrial.

 

Café: Clima e tecnologia levam à produção recorde 

A safra de café conilon deve atingir 18,7 milhões de sacas de 60 kg, uma alta de 27,9% em relação ao ciclo anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O resultado é fruto da combinação entre expansão de área plantada, investimentos em tecnologia e condições climáticas favoráveis.

“O café é um exemplo claro de como a modernização do campo tem gerado ganhos consistentes de produtividade. Isso beneficia não apenas os exportadores, mas toda a cadeia de alimentos e bebidas, que depende da estabilidade da oferta para manter seus custos sob controle”, destaca Sabonaro .

Apesar do aumento da produção, os preços permanecem elevados devido à baixa nos estoques globais e à manutenção da forte demanda internacional.

Soja: China mantém ritmos elevados de importações 

Com 168,3 milhões de toneladas colhidas, a soja segue como a principal cultura do país, com crescimento de 14% frente ao ciclo anterior. A demanda da China continua sendo o principal motor do desempenho, respondendo por mais de 70% das exportações brasileiras desde 2011.

“A relação comercial com a China é estratégica e altamente sensível. Qualquer oscilação no apetite chinês afeta diretamente o mercado interno e os preços no campo e na indústria”, analisa Sabonaro.

No mercado de derivados, o óleo de soja atingiu recordes históricos de preço, sustentado pela alta demanda mundial por óleos vegetais e pela oferta global limitada. No Brasil, houve queda de 1,9% em abril, reflexo da valorização do real, mas os preços ainda estão acima dos patamares de 2024.

Foto: Pixabay

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