A Zamp anunciou no final do domingo que sua controladora, Mubadala Capital, avalia a “possibilidade” de fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações da companhia para fechar o capital da franqueadora de redes de fast food. A Zamp afirmou que a Mubadala informou que se decidir ir adiante com o plano, estima um preço justo para a empresa entre R$3,30 e R$3,50 por ação. A ação da Zamp encerrou a sexta-feira (23) cotada a R$ 3,59. A máxima do papel no ano foi R$ 3,94, com a mínima chegando a R$ 2,09, segundo dados da LSEG.
A Mubadala nasceu do fundo soberano dos Emirados Árabes, que começou a investir no Brasil em 2012. Desde então, ampliou sua presença no país por meio da aquisição de companhias em dificuldades. E assim acumulou um portfólio que soma US$ 6,1 bilhões (R$ 32 bilhões) – muito além de uma rede de cafeterias.A lista de investimentos vai do metrô do Rio de Janeiro à empresa de eventos que organiza a Fórmula 1 no Brasil, passando por usinas de açúcar e álcool, uma refinaria de petróleo, uma rede de academias e uma mineradora.
O episódio da compra da Starbucks pela Zamp é um exemplo típico do modus operandi da Mubadala no Brasil: a gestora monitora permanentemente o mercado em busca de empresas que enfrentam algum tipo de crise, faz um diagnóstico dos problemas e estabelece um valor. Aí parte para a negociação. Nessa fase do processo, ela costuma enfrentar competição de outros players. O que dá vantagem à Mubadala é o tamanho dos cheques a que tem acesso, acima de US$ 500 milhões (R$ 2,63 bilhões). Cifra que assegura à gestora uma postura bastante agressiva, segundo executivos que já sentaram à mesa de negociação.
A condição para entrar no negócio é que o ativo em questão seja grande, tenha algum grau de complexidade mas também potencial de solução – e de retorno, claro. Outro pré-requisito é que a gestora detenha o controle. Isso porque a ideia é reestruturar e permanecer no negócio, em vez de vender em alguns anos, como fazem os fundos de private equity. O foco é ganhar nos dividendos.
Quem toca a Mubadala no Brasil é um time de 12 executivos, comandado por Oscar Fahlgren, que fica em Nova York. Para escolher os ativos e analisar o risco envolvido, a equipe conta também com o apoio de um exército de advogados, que têm a missão de identificar a viabilidade das operações, especialmente do ponto de vista regulatório.(InvestNews)
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