quarta, 28 de maio de 2025
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COM PARTICIPAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO, 15º FÓRUM DA INTERNET NO BRASIL DEBATE ÉTICA DIGITAL, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INCLUSÃO

João Paulo - 27/05/2025 08:59

O uso e o desenvolvimento da internet no Brasil serão discutidos, entre esta segunda (26) e a sexta-feira (30), em Salvador, durante o principal evento nacional sobre governança digital — o 15º Fórum da Internet no Brasil (FIB15). Organizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), criado através de uma portaria interministerial, em parceria com o Fórum de Governança da Internet (IGF) e participação do Governo do Estado, o encontro deve receber mais de mil participantes nos 27 workshops, ao longo desses cinco dias.

O governador Jerônimo Rodrigues participou da sessão solene de abertura, acompanhado do ministro das comunicações, Frederico de Siqueira Filho e do secretário-executivo do CGI.br, Hartmut Glaser. O chefe do executivo baiano destacou a importância do debate sobre o ambiente digital em rede e seus impactos no país.

“Agradecemos ao movimento nacional por trazer para a Bahia um fórum tão importante. Temos a necessidade, primeiro, de garantir que a internet usada no Brasil respeite as regras de convivência, do bem-estar e que as fake news sejam combatidas e enfrentadas. A internet deve ser usada para o desenvolvimento e fortalecimento do desenvolvimento econômico, cultural e pautada na verdade”, pontuou o governador. Jerônimo também destacou os projetos exitosos do Governo da Bahia que se consolidaram no estado, de ampliação e democratização do acesso à internet, como a plataforma de serviços BA.GOV.BR, o Bahia Mais Digital, Conecta Bahia e o Bahia Contra o Fake.

De forma colaborativa, os workshops foram selecionados a partir de propostas enviadas por representantes de diferentes setores, abordando temas essenciais para o presente e o futuro da rede. Entre os destaques estão: Infodemia e letramento digital; Ética e riscos da inteligência artificial; Discurso de ódio e moderação de conteúdo; Proteção de dados e segurança online; Direitos de crianças, adolescentes e grupos minoritários; Inclusão digital, conectividade e bem-estar digital.

Durante discurso, o ministro das comunicações, Frederico de Siqueira Filho disse acreditar em políticas públicas que promovam a participação ativa, o foco social e a responsabilidade no acesso à conectividade. “Ter acesso à internet hoje é, na prática, o que garante o direito de estudar, trabalhar, buscar a cidadania. Estamos levando internet de qualidade para mais de 38 milhões de estudantes, das 138 mil escolas públicas do país, com um investimento superior a R$ 6,5 bilhões, garantido pelo novo governo. A conectividade que estamos construindo vai além da infraestrutura, ela representa a inclusão, geração de oportunidades e soberania digital”.

O estudante de ciências sociais da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jorge Meirelles, 24, faz parte de um programa de capacitação de jovens sobre governança na internet e decidiu participar do fórum para debater o letramento digital. “É o momento de pensar em políticas que promovam acesso igualitário à internet e que essas pessoas estejam bem informadas para utilizá-la. Precisamos de uma sociedade que esteja dentro das universidades, no centro dos debates”, comentou.

Este ano, a FIB15 conta com um dia adicional de atividades e painéis em comemoração aos 30 anos do CGI.br. O secretário-executivo do Comitê, Hartmut Glaser, ressaltou como o modelo pioneiro de governança tem contribuído para a expansão de uma internet mais democrática no Brasil. “A nossa ideia é realmente envolver cada vez mais a sociedade brasileira, e não só quem administra a rede, mas quem a utiliza. No Brasil, ainda temos muitas pessoas excluídas, sem acesso técnico, sem rede em casa, por não ter poder aquisitivo, porque ainda é caro. Meu grande sonho é ver 220 milhões de brasileiros usando a internet como meio positivo e seguro de inclusão digital”, afirmou. As  inscrições são gratuitas e ainda estão abertas, através do site cursoseventos.nic.br.

Soluções para o Jornalismo Negro

Na ocasião, a SEI foi anunciada oficialmente pela Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), como executora da Incubadora de Soluções para o Jornalismo Negro, Periférico e Independente, uma política pública inédita do Governo Federal, de fortalecimento de micro, pequenas e médias iniciativas jornalísticas – com foco em mídias negras.

A incubadora é parte do programa “Política com Ciência”, que busca construir políticas públicas baseadas em pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico. “Fomos escolhidos através de edital lançado pela Secom Federal, em uma disputa com estados de todo o país, capazes de desenvolver estudos diagnósticos e pesquisa científica capaz de auxiliar as chamadas mídias negras, periféricas e outras mídias que são de menor porte. É uma visão do Governo Federal de desenvolvimento, de não deixar ninguém para trás. E a SEI foi a vencedora. Serão R$ 15 milhões para desenvolvermos políticas públicas capazes de levar informação e servir a sociedade de forma democrática”, garantiu o diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira.

A SEI será responsável pela coordenação do projeto, que inclui pesquisas, análises e recomendações de políticas públicas para desenvolvimento e oferta de tecnologias, modelos de negócio, conhecimento e infraestrutura para pequenas e médias iniciavas jornalísticas e seus fornecedores nacionais.

A articulação para a instalação da incubadora na Bahia foi realizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e  Inovação (Secti). “Quando soubemos do projeto enviamos a proposta para a SEI, que é quem cuida de diagnósticos aqui no estado e está preparado em termos tecnológicos e de equipe para fazer esse estudo inicial, um diagnóstico dessas mídias independentes negras no interior do estado da Bahia, que é o primeiro passo do projeto. Começar na Bahia era muito importante, porque é um estado com fundo racial na sua história”, disse André Joazeiro, secretário da pasta.

A incubadora é coordenada pela Secom-PR, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), como parte do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial.

Fotos: Matheus Landim/GOVBA

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