O Brasil registrou, em média, uma agressão a jornalistas a cada dois dias e meio em 2024, segundo relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). Foram contabilizados 144 casos de violência contra profissionais e veículos de comunicação ao longo do ano, número que representa uma queda de 20,44% em relação aos 181 episódios registrados em 2023.
Apesar da redução, a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, alertou que os dados não devem ser motivo de comemoração. “A liberdade de imprensa está sob ataque constante, e proteger o jornalismo é proteger a democracia”, afirmou.
O levantamento destaca que, embora nenhum jornalista tenha sido morto no exercício da profissão no Brasil em 2024, persistem formas diversas de violência, incluindo agressões físicas, simbólicas e digitais, com destaque para ataques direcionados a mulheres jornalistas. Mais de 40% dos casos foram praticados por políticos, assessores e apoiadores da direita e da extrema direita.
A FENAJ defende a regulação das plataformas digitais e a adoção de políticas públicas para garantir a liberdade de imprensa, proteger os profissionais da comunicação e combater o discurso de ódio.
No cenário internacional, a situação é ainda mais grave: a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) registrou 122 assassinatos de jornalistas em 2024, a maioria deles na Faixa de Gaza, em meio à ofensiva militar israelense.