Na manhã desta sexta-feira, 16 de maio de 2025, o prefeito de Sapeaçu, Ramon de Sena, fez um pronunciamento oficial em seu perfil pessoal no Instagram, no qual trouxe à tona a real situação financeira do município e explicou as medidas que está tomando para equilibrar as contas públicas. Ramon afirmou que, ao assumir interinamente a Prefeitura em 1º de julho de 2024, após a renúncia do ex-prefeito Dr. George Góes, encontrou a administração inchada, com cerca de 350 novos contratos realizados apenas entre janeiro e junho daquele ano.
Segundo ele, por estar em período eleitoral e já como candidato à sucessão, ficou impossibilitado pela legislação de realizar mudanças na estrutura administrativa. A lei proíbe nomeações e demissões nos três meses que antecedem e sucedem o pleito, o que o deixou com a gestão engessada durante esse período. O impacto das contratações, no entanto, agravou-se com a redução significativa nos repasses ao município, que, segundo Ramon, sofreu uma queda de mais de R$ 1.400.000,00 já no início de 2025.
O prefeito explicou que essa perda está diretamente relacionada à evasão escolar registrada em 2024, sobretudo no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e também na rede regular. No vídeo, ele relembra que, no início daquele ano, houve a promessa de implantação de um benefício chamado Bolsa EJA, no valor de R$ 70,00, o que incentivou muitas matrículas. No entanto, o benefício prometido não foi pago, contribuindo para o abandono escolar e afetando diretamente o censo educacional que define os repasses para o ano seguinte.
Buscando reverter esse quadro, Ramon anunciou a implantação do Bolsa EJA no valor de R$ 140,00, que vem sendo pago bimestralmente. A medida tem como objetivo incentivar a permanência dos alunos nas salas de aula, melhorar os índices educacionais e, consequentemente, recuperar parte da receita do município.
Mesmo com o coração apertado, Ramon afirmou que teve que tomar decisões difíceis. Disse que tentou manter todos os funcionários contratados durante os primeiros cinco meses de 2025, mas que chegou ao limite legal de gastos com pessoal, que não pode ultrapassar 54% da receita, conforme determina o Tribunal de Contas dos Municípios. Ele ressaltou que, além da folha de pagamento, a Prefeitura precisa manter em funcionamento serviços essenciais como saúde, educação, infraestrutura, esporte, segurança e assistência social.
“Tudo que estou fazendo é com responsabilidade. O CPF que responde sou eu, e não vou comprometer o futuro da cidade. Sapeaçu precisa andar nos trilhos, com transparência e planejamento”, afirmou o prefeito, ao reforçar que está reorganizando a estrutura financeira e que, tão logo seja possível, pretende recontratar parte das pessoas desligadas.
O pronunciamento gerou repercussão entre a população. Nossa equipe ouviu moradores da cidade, alguns dos quais preferiram não se identificar — muitos, segundo relataram, com receio de represálias da antiga gestão. Uma comerciante da região central declarou: “Eu apoio o que Ramon está fazendo. A cidade está mais limpa, mais organizada, a gente percebe que agora tem comando. Essas mudanças impactam no começo, mas são necessárias.”
Outro morador, servidor aposentado, disse que “Sapeaçu hoje respira mais tranquila. Ramon está tentando colocar a casa em ordem e está certo em enfrentar isso agora, com coragem.” Um terceiro entrevistado, também morador, fez uma crítica mais moderada: “Acho que ele demorou um pouco para agir, mas está a tempo de consertar. Tem boa vontade, e isso faz diferença.” Já um quarto depoimento, mais incisivo, afirmou: “Ramon pegou uma prefeitura cheia de armadilhas deixadas pela gestão passada. Tem que agir com firmeza, cortar onde tem que cortar, mas também ouvir mais o povo.”
O ex-prefeito Dr. George Góes publicou um vídeo nas redes sociais em que reconheceu dívidas com o galpão da fábrica Pegada e parcelamentos com a Caixa Econômica. Admitiu ainda que houve queda nos repasses, mas criticou a condução da atual gestão em relação à organização administrativa. Mesmo assim, afirmou que apoia Ramon, após recentemente ter dado sinais públicos de um possível rompimento político.
Ao encerrar seu pronunciamento, Ramon de Sena reafirmou seu compromisso com a cidade: “Estou atento, alerta e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que a máquina pública de Sapeaçu continue funcionando e respeitando o nosso povo.”
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