Nesta quinta-feira (15), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), participou de uma audiência na Comissão de Fiscalização do Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre os desvios registrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);.
No decorrer a sessão, o ministro atribuiu a origem das irregularidades ao período entre 2019 e 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) ocupava a Presidência da Republica
“O que vinha sendo gestado no Congresso a partir de 2019 para que houvesse uma revalidação de cada um daqueles que autorizaram os descontos, isso foi sepultado por essa MP [1007/2022] e por essa lei em 2022 [14.438]. E é exatamente nesse momento, nesse interregno entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa”, declarou Queiroz.
Ele esclareceu que o fim do processo de revalidação abriu espaço para que novas entidades se registrassem junto ao INSS, o que acabou facilitando o esquema.
“Por que eu digo que o ladrão entrou na casa? Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior de que houvesse revalidação fez com que cerca de 11 empresas, associações novas, se credenciassem no INSS. Essas empresas que, mais tarde, durante a operação, descobrimos que eram 100% fraudulentas, a maior parte delas se estabeleceu nesse período”, completou.
As investigações que revelaram o esquema vieram à tona com a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada no dia 23 de abril pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). As autoridades identificaram que entidades aplicavam descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. O montante desviado é estimado em cerca de R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.
Foto: Ricardo Stuckert / PR