Quando o assunto é café, a Bahia é destaque com a 4ª maior produção do país no último ano e safra estimada em 249 mil toneladas, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado (SEI). Na Chapada Diamantina, 3ª maior região cafeicultora do território baiano com 18% da produção total, atrás apenas do Extremo Sul (33%) e da Costa do Descobrimento (24%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2023), Rio de Contas é referência no cultivo de cafés especiais, como Arábica. No município, o povoado de Mato Grosso é a área com melhor capacidade para plantação devido ao clima, altitude, solo e posição geográfica. Visando estimular o trabalho dos produtores e com entrada gratuita, o 1º Encontro de Cafeicultores do Povoado de Mato Grosso acontece neste domingo (18), a partir das 9h, na praça da Igreja de Santo Antônio, na localidade de Rio de Contas.
Atualmente, cerca de 300 famílias do povoado de Mato Grosso atuam na agricultura familiar com a cafeicultura. A importância desse evento para a região é analisada por Olívia Ramos, cafeicultora e organizadora do evento. “Ficamos no ponto mais alto do Nordeste brasileiro, chegando a produção de café à 1.600 metros de altitude. Como estamos em um momento de transição na maneira de cultivar, os agricultores participarão de palestras técnicas trazendo temas, como: associativismo e cooperativismo; mercado e comercialização de cafés especiais; colheitas e pós-colheita em cafés de qualidade” ressalta Olívia Ramos, acrescentando que a programação do evento inclui exposição e degustação da bebida, além de apresentações culturais, a exemplo do cantor e sanfoneiro Hilário Passos.
O 1º Encontro de Cafeicultores do Povoado de Mato Grosso tem a realização do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Bahia). Também conta com o apoio da Prefeitura de Rio de Contas, da Associação de Cafeicultores do povoado de Mato Grosso, em Rio de Contas, e do Sindicato dos Produtores Rurais de Livramento de Nossa Senhora (SPRL). Para o Sebrae, o encontro fortalece o empreendedorismo rural no estado. “Em uma região com número considerável de produtores de café, é um momento para incentivar uma produção em que possam cultivar um café especial e que tenha um valor agregado podendo dar maior retorno financeiro. Ainda tem o viés do turismo para que os visitantes conheçam essas propriedades” análisa Léa Cerqueira, gerente adjunta da unidade regional de Irecê do Sebrae.
Já para o SENAR Bahia, que atua com a parte técnica, que é sobre como cuidar da lavoura e controlar pragas e doenças, e a gerencial, fazendo com que o produtor entenda que funciona com uma empresa rural, o encontro reforça o trabalho desenvolvido pela comunidade cafeicultora do povoado de Mato Grosso. “Hoje, temos duas turmas de assistência técnica e gerencial no povoado com 30 produtores cada. Buscamos contribuir, pois sabemos o potencial da comunidade por causa da localização e da qualidade do café. E, vemos o interesse em alcançar novos mercados dos cafeicultores para entregar os produtos, que vêm sendo premiados internacionalmente” observa Stenilson Nascimento, Coordenador Regional do SENAR.
As ações desenvolvidas em conjunto com os agricultores são valorizadas pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Livramento de Nossa Senhora, que também presta assistência aos produtores dos municípios de Rio de Contas, Jussiape, Dom Basílio e Paramirim. “Mostramos aos produtores locais qual a importância deles e que podemos transformar o café em algo ainda maior em nível local e nacional. Como trabalhamos com toda a cadeia produtiva, é um momento de aprendizagem para os cafeicultores se tornarem mais fortes ligados ao cooperativismo e o associativismo, inclusive facilitando na aquisição de insumos” conclui Agenário Andrade, presidente do sindicato.
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