Quem você vê quando se reconhece? A pergunta inspira a campanha “Você se reconhece? Autodeclaração consciente nas escolas estaduais da Bahia”, lançada, nesta terça-feira (13), pela Secretaria da Educação (SEC), no Colégio Pedro Paulo Marques e Marques, em Salvador. O objetivo é garantir dados mais precisos, que reflitam a diversidade racial da rede e fortaleçam políticas públicas de educação, alimentação, infraestrutura e inclusão.
A campanha mobiliza os 27 Territórios de Identidade do Estado com rodas de conversa, formações e materiais pedagógicos, como o Guia de Orientações para a Autodeclaração. A iniciativa pretende auxiliar na autodeclaração étnico-racial nas escolas estaduais, em alinhamento com o Censo Escolar de 2025.
Durante o lançamento da campanha, a secretária da Educação, Rowenna Brito, destacou que a escola tem papel central na construção de identidades. “É preciso formar pessoas conscientes de sua história e lugar na sociedade.” O desembargador Lindinalvo Reaiche Britto, presidente da Comissão de Igualdade e Promoção dos Direitos Humanos do TJ-BA, completou: “A autodeclaração correta é um instrumento de justiça e reparação”.
A coordenadora de Educação Antirracista da SEC, Carla Nogueira, destacou o simbolismo do lançamento na data de 13 de maio. “Não houve liberdade por decreto, houve luta. A campanha ressignifica a abolição e valoriza a resistência do povo negro.” O representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Gilberto Leal, reforçou a importância da valorização da identidade. A campanha também ouviu os estudantes. “Eu me reconheço como pessoa preta e me orgulho disso”, afirmou Bruna do Santos, 15 anos.
Para realizar a autodeclaração ou atualizar as informações, o aluno deve procurar a secretaria da unidade escolar e solicitar a revisão. Ao longo do ano, a Secretaria de Educação realizará atividades para garantir que o estudante possua todas as informações necessárias para realizar a autodeclaração. Para a diretora Liliane Fonseca, o reconhecimento racial é parte do processo educativo. “A escola precisa promover o respeito à diversidade e o fortalecimento da autoestima dos alunos”, finalizou.