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“13 DE MAIO É DIA DE LUTA E RESISTÊNCIA, NÃO DE COMEMORAÇÃO”, DIZ MARTA RODRIGUES

LUIZA SANTOS - 13/05/2025 15:03

A presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), afirmou nesta terça-feira (13) que o 13 de maio não deve ser tratado como uma data de celebração, mas sim de reflexão crítica, resistência e mobilização do povo negro. Para a parlamentar, a chamada “abolição da escravatura” em 1888 foi uma farsa histórica que silenciou os verdadeiros protagonistas da luta por liberdade no Brasil: homens e mulheres negras que resistiram ao cativeiro e enfrentaram o regime escravocrata com coragem, inteligência e organização.

“O 13 de maio marca o abandono da população negra, e não sua libertação. A Lei Áurea não passou de um ato simbólico, sem qualquer medida de reparação ou inclusão social. Os negros foram deixados à margem, sem terra, sem trabalho, sem escola, sem direitos. Não houve abolição de fato”, declarou Marta Rodrigues.

Segundo a vereadora, o 13 de maio deve servir para convocar a sociedade à luta por políticas públicas efetivas e reparadoras. Neste contexto, ela enalteceu o Bembé do Mercado, uma festa religiosa de matriz africana, considerada uma das maiores celebrações de candomblé de rua do mundo. Realizado em Santo Amaro da Purificação, o evento é um símbolo de resistência do povo negro, reunindo diversos terreiros para homenagear os orixás, voduns e inquices.

Marta reforçou a importância de fortalecer programas voltados à população negra, como educação antirracista, saúde, cotas raciais, valorização da cultura afro-brasileira e combate ao genocídio da juventude negra. “É necessário garantir orçamento e vontade política para transformar essas políticas em realidade. O 13 de maio deve nos lembrar disso, pois só assim podemos alcançar reparações econômicas e simbólicas para o povo negro”, comentou.

A vereadora lembrou que a história oficial ainda insiste em enaltecer a figura da Princesa Isabel como responsável pela libertação dos escravizados, enquanto apaga a memória de líderes como Maria Felipa, Luiza Mahin, os Malês, os guerreiros da Revolta dos Búzios e tantos outros que, com sangue e resistência, forjaram o caminho da liberdade. “Foi o povo negro que lutou pela sua própria libertação. A monarquia apenas assinou o que já era inevitável diante das revoltas, fugas, quilombos e da força da resistência”, disse.

Foto: Divulgação / PT

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