Foi na Maternidade Regional de Camaçari (MRC), integrante da rede estadual e referência em cuidado humanizado na Bahia, que Rebeca Alves, de 26 anos, deu à luz seu primeiro filho, na manhã do último dia 25. Natural de Tobias Barreto (SE) e residente em Alagoinhas, a mãe de primeira viagem tinha boas referências sobre a maternidade, mas não imaginava parir o pequeno José Lorenzo na água, em uma banheira de parto, cercada por um ambiente acolhedor, silencioso e com luz suave.
“Já até tinha ouvido falar desse tipo de parto, mas não tinha planejado fazer o parto na banheira, o que, para nossa sorte, acabou acontecendo”, conta Rebeca, que foi acompanhada o tempo todo pelo marido, Alex Caetano. “Foi ótimo, rápido, gostei muito. Eu achava que ia sofrer muito, mas não sofri nada, foi maravilhoso.”
Histórias como a de Rebeca são cada vez mais comuns na Bahia – e tendem a se tornar padrão no Estado. Com investimento de R$ 864 milhões, tido como o maior da história do Estado no setor, o Programa Mãe Bahia – O Futuro da Gente, do governo baiano, tem como objetivos, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), ampliar o acesso a partos humanizados e garantir que mais mulheres possam dar à luz com dignidade e perto de suas famílias.
O programa prevê a construção de nove unidades de saúde, a ampliação de leitos e o fortalecimento da assistência pré-natal e neonatal em diversas regiões do Estado. Parte dos recursos — mais de R$ 640 milhões — será destinada à construção de Centros de Parto Normal, maternidades e hospitais regionais em municípios estratégicos, como Amargosa, Valença, Serrinha, Lauro de Freitas e Porto Seguro. Além disso, o cofinanciamento anual, superior a R$ 220 milhões, apoiará a manutenção das unidades, com exigências de metas de qualidade e atendimento contínuo às gestantes.
O objetivo do programa, segundo a Sesab, é que o cuidado humanizado se torne uma prática estabelecida em todas as unidades da Bahia, como já ocorre na Maternidade Regional de Camaçari. “O atendimento de toda a equipe — desde a limpeza, passando pelos técnicos de segurança até os médicos — é excelente”, relata a mamãe Jociquele Sales dos Santos, de 37 anos, que deu à luz a pequena Clécia Sales Barbosa dos Santos na maternidade. “Esse cuidado que tivemos aqui, sendo expandido para toda a Bahia, é o ideal para que todas as mães possam ser atendidas como eu fui.”
A coordenadora de Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) da Sesab, Roberta Sampaio, destaca que o programa representa um avanço na gestão estadual e demonstra o cuidado humanizado na prática. Ela explica ainda que, ao definir critérios rígidos para o repasse do cofinanciamento estadual, a gestão estimula os municípios e as unidades a atuarem ativamente para garantir um cuidado qualificado e humanizado — a exemplo do Hospital Municipal Esaú Matos, em Vitória da Conquista, que será beneficiado com os recursos.
“Para ter acesso aos recursos do cofinanciamento estadual, as maternidades precisam comprovar atendimento contínuo às gestantes, sem interrupções nos serviços, além de dispor de estrutura para atender casos de risco, conforme o porte da unidade”, explica Roberta. “A exigência inclui ainda equipe médica qualificada, infraestrutura adequada e o cumprimento de metas assistenciais e indicadores de qualidade. Essa é a forma que a gestão estadual encontrou para auxiliar os municípios no financiamento dos serviços de saúde e garantir um cuidado cada vez mais qualificado e humanizado para a população baiana.”
Foto: Mateus Pereira | Saúde GOV BA