Para celebrar o Dia das Mães, comemorado no domingo (11), as mães atípicas que participam do programa Empreender é Com Elas, da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) expõem os próprios produtos produzidos a partir desta sexta-feira (9) até o domingo (11), na Praça Ana Lúcia Magalhães, na Pituba, sempre das 9h às 19h30. Já a Feira das Mães Atípicas acontece entre os dias 12 e 16 de maio, das 8h30 às 17h, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
A diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (DPCD), vinculada à Sempre, Daiane Pina, conta que as feiras são realizadas em parceria com a Associação dos Artesãos da Bahia (Adaba) e ajudam a fortalecer o empreendedorismo feminino. “Neste mês de maio, em que celebramos as mães, a gente acredita que para elas, que usam o empreendedorismo como forma de ampliar a renda familiar, melhorando a qualidade de vida dela e dos filhos, duas feiras em um período tão simbólico é bastante significativo. Afinal de contas, 98% do que elas vendem são coisas que elas fabricam, seja comida, artesanato, roupa, acessórios. Além disso, este é um momento de convívio social fora de casa, fazendo com que essas mulheres melhorem também a autoestima”, avalia.
Daiane afirma que através desta iniciativa, a gestão municipal tem buscado ampliar o atendimento a essas mulheres atípicas desta forma, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. “Ao mesmo tempo em que elas estão trabalhando, elas estão também se divertindo, conhecendo outros lugares da cidade que ainda nem conhecem e, também, levando os produtos e serviços delas para que outras pessoas também tenham conhecimento desses talentos”, completa.
Organizadora do evento através da DPCD, Bárbara Regina explica que a escolha das mulheres acontece de acordo com o segmento da feira. “Toda mãe que faz a carteira do CIPTEA (Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista) é convidada a participar do grupo Empreender é com Elas. Na (praça) Ana Lúcia, vamos levar sete mulheres, da área de alimentação e artesanato, e na Alba, mães atípicas que atuam com maquiagem e alimentação”, afirma.
Moradora da Caixa D’Água, a empreendedora Nádia Telles, de 43 anos, é mãe do jovem Kaled, de 12 anos, que está dentro do Espectro Autista e possui outras comorbidades. Ela, que trabalha com lembrancinhas personalizadas, vai participar das duas feiras.
“Esse trabalho é muito importante para nós, mães atípicas, porque nós temos inúmeras impossibilidades para ter um trabalho formal. Dentro dos trabalhos informais, a feira é um espaço onde a gente consegue ter uma flexibilidade para os dias e horários, podendo assim cumprir com as necessidades de acompanhamento dos nossos filhos e ser empreendedora. A feira também é muito importante no quesito de aumentar a renda e ser um espaço onde podemos mostrar que conseguimos fazer coisas além de ser somente mãe de uma criança portadora de deficiência”, relata.
Nádia também revela que o Empreender é Com Elas a ajudou a sair de um quadro de síndrome do pânico. “Então esse espaço não é só sobre vender, é sobre ter uma rede de apoio, um espaço colaborativo onde todas possam sair desse casulo, da depressão, desse caminho de estar dentro de casa cuidando da criança, cuidando do filho, sem ser vista. É um momento de descontração, onde estamos conversando com os nossos pares, onde as outras pessoas que estão ali compreendem todas as nossas frustrações, os nossos medos, os nossos anseios e vibram com a gente pelas nossas vitórias”, finaliza.
Através do programa, criado há dois anos, as mães atípicas assistidas pela DPCD/Sempre contam com um apoio da gestão para empreender e ajudar a ampliar a renda familiar, além de conhecer outras pessoas e fazer novas amizades. Essas mulheres, que muitas vezes precisam deixar um emprego fixo para se dedicar à criação dos filhos, conhecem novas possibilidades para que possam empreender nas áreas de alimentação, confecção de bijuterias, doces e salgados, corte e costura, artesanato e outras de interesse.
Ao longo desses dois anos, foram realizadas parcerias para a implementação de cursos no Centro Dia e com associações ligadas aos direitos de pessoas com deficiência, a exemplo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Salvador (Apae), Associação de Microcefalia e Acolhimento com Empatia (Amae), Associação de Mães, Amigos e Pais Extraordinários (Amape), Associação Baiana dos Deficientes Físicos (Abadef) e Cristais do Amor.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS