A alta praticamente generalizada dos rendimentos das diversas fontes (trabalho ou não) levou o rendimento médio mensal domiciliar per capita na Bahia a crescer pelo terceiro ano consecutivo e ter um aumento recorde entre 2023 e 2024.
Ele subiu 14,4% (mais R$ 169), passando de R$ 1.173 para R$ 1.342, maior valor, para o estado, nos 13 anos de série histórica da PNAD Contínua.
Com o avanço, em 2024 a Bahia subiu duas posições no ranking nacional do rendimento médio domiciliar per capita, passando do 5º menor (ou 23º, dentre os 27 estados) para o 7º menor valor (ou 21º maior).
No Brasil como um todo, em 2024, a renda domiciliar per capita ficou em R$ 2.020, mostrando alta de 4,7% frente a 2023, com aumentos reais em 21 dos 27 estados. Os maiores avanços ocorreram em Pernambuco (+24,1%), Sergipe (+15,0%) e Paraná (+14,9%). Já as maiores reduções foram registradas em Amapá (-3,3%), Distrito Federal (-2,5%) e Piauí (-2,1%). A Bahia teve a 5ª maior alta (+14,4%).
O rendimento médio mensal domiciliar per capita é a soma de todos os rendimentos recebidos no domicílio (de trabalho e outras fontes) dividida pelo total de moradores. É um indicador importante para avaliar as condições financeiras das famílias, ou seja, de quanto dinheiro dispõem, o que impacta nas suas condições de vida. Também é usado para a definição de linhas de pobreza e extrema pobreza monetária.
Na Bahia, o aumento do rendimento domiciliar per capita também atingiu todas as faixas de recebimento. De forma semelhante ao que ocorreu com a renda do trabalho, a alta foi maior entre as pessoas que moravam nos domicílios com os menores valores, reduzindo mais um pouco a desigualdade nesse indicador.
Entre 2023 e 2024, os 5% de pessoas com menores rendimentos domiciliares per capita no estado viram essa renda crescer 34,5%, de R$ 87 para R$ 117. Desse grupo em diante, embora os aumentos ainda tenham sido expressivos, todos de dois dígitos, a tendência foi de progressiva desaceleração, com altas menores a cada faixa.
O valor só voltou a acelerar (crescer mais) entre o 1% de pessoas nos domicílios com a maior renda per capita, onde houve aumento de 21,3%, de R$ 12.209 em 2023 para R$ 14.815 em 2024.
Assim, em 2024, o Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita na Bahia caiu pelo terceiro ano seguido, ficando em 0,481, frente a 0,490 em 2023, e foi o menor, para o estado, nos 13 anos de série histórica da PNAD Contínua.
No Brasil como um todo, esse indicador também recuou, de 0,518 para 0,506, com quedas na desigualdade em 19 dos 27 estados.
Mesmo com esse movimento, na Bahia, em 2024, as pessoas com os 10% maiores rendimentos domiciliares per capita tinham uma renda de R$ 5.120, que equivalia a 26,9 vezes a dos 10% com menores rendimentos domiciliares per capita (R$ 190). Em 2023, porém, a distância separando os dois valores era maior, de 31,3 vezes; enquanto 11 anos antes, em 2012, era de 50,3 vezes.
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil