A possível saída de seis deputados estaduais representa um golpe significativo para o PP na Bahia, um dos principais pilares da base governista no Legislativo estadual. O movimento ocorre em resposta à federação nacional entre o PP e o União Brasil, e os parlamentares já articulam a desfiliação em protesto contra a decisão da direção nacional.
Negociações para a migração dos deputados estão em andamento, e pelo menos sete partidos demonstraram interesse em acolher os dissidentes: Avante, PDT, PCdoB, Solidariedade, PSB, PSD e Podemos. Entre as siglas, o Avante é considerado o destino mais provável para o grupo.
O principal desafio, no entanto, tem sido encontrar uma legenda que aceite os seis parlamentares em bloco.
As articulações estão sendo conduzidas pelo deputado estadual Niltinho, líder da bancada do PP na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Ele trabalha para viabilizar a saída conjunta com os colegas Antonio Henrique Júnior, Eduardo Salles, Felipe Duarte, Hassan e Nelson Leal. O grupo busca manter a aliança política com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), considerando que a federação com o União Brasil – partido liderado por ACM Neto, principal opositor na Bahia – inviabiliza a continuidade do PP na base governista local.
O desconforto com a federação foi confirmado pelo deputado federal Mário Negromonte Jr (PP) em entrevista ao Jornal da Metrópole no Ar. O parlamentar, integrante da base de Jerônimo, criticou o acordo.
“Essa federação entre o PP e o União Brasil tem muitos desafios, porque nos estados há movimentos distintos. Se não houver diálogo e liberdade, vai ter baixa nos partidos”, alertou. Ele reforçou a importância da autonomia do diretório baiano: “A maioria da nossa executiva quer continuar com Jerônimo, e eu vou levar isso para o presidente da federação. Se não houver espaço para isso, o partido vai perder quadros”.
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