A Saltur – Empresa Salvador Turismo, vinculada à Prefeitura de Salvador e responsável pela administração do carnaval de Salvador, registrou um prejuízo acumulado de R$ 43,3 milhões e um patrimônio líquido negativo de R$ 22,6 milhões, segundo o balanço divulgado no mês passado.
Isso significa que a vem acumulando prejuízos há quatro anos e tem mais obrigações do que bens e direitos próprios, numa clássica situação de passivo à descoberto. Não fosse uma empresa pública e já estaria com alto risco de inadimplência.
O prejuízo em 2024 foi menor que em 2023, mas atingiu R$ R$ 3,6 milhões e só não foi maior porque a Prefeitura de Salvador injetou recursos do tesouro municipal. A análise do balanço foi feita com exclusividade pelo portal Bahia Econômica.
Segundo auditor contábil ouvido pelo portal, o pagamento expressivo a fornecedores, combinado com aumento de provisões (sem pagamento), é um indicativo clássico de gestão de resultados via fluxo de caixa.
Alguns dados chamam atenção nas demonstrações da empresa como o prejuízo abrangente acumulado de 10,6 milhões. E a existência de um passivo a descoberto ( quando os valores dos seus bens e direitos não cobrem o valor de suas obrigações) maior que o de 2023, da ordem de R$ 22,5 milhões. Esse passivo terá de ser coberto por subvenções da Prefeitura de Salvador.
Chama a atenção também que a rubrica “Custos com Carnaval” foi de R$ 78 milhões em 2024, que representa mais de 50% em relação à 2023. A empresa registra, por outro lado, restos a pagar da ordem de R$ 14,6 milhões em 2024.
A Saltur conta com o apoio de diversos parceiros privados com os quais são celebrados contratos de patrocínio, além de recursos da Prefeitura Municipal do Salvador. Os eventos de maior porte coordenados pela Saltur são o carnaval e o show de réveillon.