Pesquisa realizada em abril pela Abrasel revela que os estabelecimentos guardam boas expectativas para o Dia das Mães. Quase oito em cada dez estabelecimentos devem abrir no domingo, 11 de maio. Entre esses, 78% esperam faturar mais este ano do que na mesma data do ano passado, sendo que 62% esperam aumentar o faturamento até 20%. Além disso, 8% esperam aumentar entre 21% e 30%, e para 8% a alta pode passar de 30%. Outros 14% esperam faturar o mesmo que em 2024, e 4% acreditam que haverá queda no faturamento. Já 4% dos estabelecimentos não existiam em 2024 e não têm base para comparação.
Outra boa notícia é que houve queda de oito pontos percentuais no número de empresas trabalhando com prejuízo, em comparação ao mês anterior. No balanço de março, 22% das empresas ainda trabalharam em prejuízo (contra 30% em fevereiro), 39% das empresas registraram equilíbrio financeiro, enquanto 38% apresentaram lucro – 1% das empresas não estavam abertas em fevereiro.
Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, o quadro ainda é difícil, mas o aumento do movimento é evidente: “O resultado de março já foi significativamente melhor que o de fevereiro, muito em função do Carnaval. E agora temos duas datas muito importantes pela frente. Há otimismo para o Dia das Mães, nossa segunda melhor data no ano. E em seguida teremos o Dia dos Namorados, nossa melhor data em termos de faturamento. Este ano, aliás, pretendemos promover a Semana dos Namorados, como forma de dar mais opções de comemorações aos casais”.
Apesar do otimismo, os empresários enfrentam desafios para ajustar os preços dos cardápios. A inflação acumulada de 5,48% entre abril de 2024 e março de 2025 não consegue ser repassada aos cardápios pela maioria dos empreendedores. Apenas 38% dos estabelecimentos conseguiram ajustar os preços para acompanhar a inflação, enquanto 33% não conseguiram realizar nenhum reajuste e 21% fizeram algum reajuste, mas abaixo da inflação. Somente 8% disseram ter aumentado preços acima do índice geral de inflação.
Em relação endividamento, 37% dos estabelecimentos acumulam pagamentos em atraso, sendo os impostos federais e estaduais os principais débitos. O número traz uma queda em relação à mesma pesquisa de abril de 2024, quando o número chegava a 40%.
Para Paulo Solmucci, o aquecimento na procura por bares e restaurantes é benéfico, mas não resolve os problemas que vêm se acumulando desde a pandemia: “A Abrasel preparou um plano sinérgico para ajudar os que estão em dificuldades, e estamos trazendo grandes empresas para este esforço, articulando iniciativas isoladas em um movimento mais coordenado. Na próxima semana devemos anunciar estas ações em detalhes”, finaliza.
Foto: Cottonbro Studio