segunda, 14 de abril de 2025
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TOMATE O OVOS SÃO OS VILÕES DA INFLAÇÃO, VEJA MOTIVO 

João Paulo - 12/04/2025 07:40 - Atualizado 12/04/2025

O tomate ficou 22% mais caro em relação a fevereiro, enquanto o ovo registrou a sua 4ª alta mensal, ao subir 13%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira (11). No ano, o tomate acumula uma alta de 53%, enquanto os ovos, de 31%. Entenda abaixo por que esses alimentos estão mais caros.

Entre junho de 2024 e fevereiro deste ano, o preço do tomate pago ao agricultor ficou muito baixo, o que fez muitos produtores desistirem de plantar ou se descapitalizarem, provocando uma redução do plantio, conta o pesquisador João Paulo Deleo, do Cepea-Esalq/USP. Além disso, boa parte da safra de verão foi disponibilizada para venda entre outubro e novembro, o que diminuiu a oferta de tomates para março e maio.

O ovo está ficando mais caro para o consumidor desde dezembro do ano passado por diversos motivos. Um deles é o custo do milho, principal componente da alimentação das galinhas, que subiu 30% entre julho de 2024 e fevereiro deste ano. Além disso, houve um aumento no valor das embalagens, que disparou mais 100% nos oito meses encerrados em fevereiro, segundo dados do Instituto Ovos Brasil (IOB). As galinhas também sofreram com as ondas de calor de intenso entre o ano passado e início de 2025. Diante das altas temperaturas, as galinhas comem menos ração e acabam produzindo menos ovos.

Tem também o fator Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa, período em que os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a procura pelos ovos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os preços devem se normalizar após o período religioso. Um outro fator que tem sido muito questionado é a disparada da exportação de ovos para os Estados Unidos.

Entre janeiro e março, os EUA importaram 2.705 toneladas de ovos do Brasil, uma alta de 346,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da ABPA. O aumento das compras ocorre em meio a surto de gripe aviária nos EUA, que dizimou milhares de aves no país, e levou o preço dos ovos a níveis recordes. “Neste mês verificamos, de forma mais expressiva, os resultados positivos da abertura dos Estados Unidos para ovos produzidos no Brasil para termoprocessamento localmente para produtos de consumo humano”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Foto: Unplash/Erol Ahmed/Josephine Baran

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