Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, registrou importante desaceleração (aumentou menos do que no mês anterior) e ficou em 0,41% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Em fevereiro, o IPCA na RMS havia sido 1,38%. O grupo alimentação e bebidas (0,96%) foi a principal pressão de alta no custo de vida, em março, na RMS. Os alimentos aumentam seguidamente há seis meses, desde outubro de 2024, embora tenham desacelerado (aumentado menos) em relação a fevereiro, quando haviam registrado alta de 1,12%.
A inflação de março na RM Salvador ficou abaixo da registrada no Brasil como um todo (0,56%) e foi a 8ª maior entre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE. Em março, todos esses locais tiveram aumentos médios de preços, segundo o IPCA, liderados pelas regiões metropolitanas de Porto Alegre/RS (0,76%), Curitiba/PR (0,76%) e São Paulo/SP (0,71%). Com o resultado de março, o IPCA da Região Metropolitana de Salvador acumula alta de 2,18% no primeiro trimestre de 2025. Continua acima do índice nacional (que é 2,04%) e é o 5º maior entre as 16 áreas, num ranking encabeçado pelo município de Aracaju/SE (2,66%), pela Grande Vitória/ES (2,41%) e pela RM Curitiba/PR (2,24%).
Nos 12 meses encerrados em março, a inflação na RM Salvador segue em aceleração (aumentando mais) pelo oitavo mês consecutivo e acumula alta de 5,63%. Também se mantém acima da registrada no Brasil como um todo (5,48%) e é a 4ª mais elevada, abaixo das regiões metropolitanas de Belo Horizonte/MG (6,07%) e São Paulo/SP (5,77%) e do município de Campo Grande/MS (5,76%). O quadro a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, no acumulado no ano e nos 12 meses encerrados em março de 2025.
Tanto a alimentação no domicílio (0,94%) quanto fora (1,03%) tiveram contribuições importantes para a inflação de março. Entre os produtos consumidos em casa, o café moído (5,11%), o ovo de galinha (12,05%) e o tomate (9,75%) foram as principais pressões de alta. Na alimentação fora de casa, o peso maior veio das refeições fora (almoço ou jantar), que aumentaram 0,99%. Dos dez produtos ou serviços que mais aumentaram em março, na RMS, sete foram alimentos, puxados pela manga (26,15%), a batata-doce (12,73%) e o ovo (12,05%).
Depois da alimentação, o grupo transportes, com a segunda maior alta média de preços (0,57%), deu também a segunda contribuição mais importante para o aumento da inflação de março, na RM Salvador. Foi puxado, sobretudo, pelas passagens aéreas (9,24%), item que individualmente mais pressionou para cima o custo de vida medido pelo IPCA. Outra despesa importante para o aumento da inflação de março, na RMS, foi o condomínio (2,17%), que exerceu a segunda pressão de alta mais intensa.
Ainda assim o grupo de despesas com habitação (0,06%) teve forte desaceleração frente a fevereiro, quando havia registrado a sua inflação mensal mais elevada em quase 30 anos (5,30%), e ajudou a conter o avanço do IPCA do mês. A deflação (queda média de preços) da energia elétrica (-1,66%) foi a principal responsável por segurar tanto a inflação da moradia quanto o IPCA em geral, na RMS. Dentre os grupos de despesas, saúde e cuidados pessoais (-0,06%) foi o único com leve queda média dos preços em março, na RM Salvador, puxada pelos perfumes (-1,44%) e medicamentos (produtos farmacêuticos), com -0,55%.
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