No próximo dia 14 de abril, às 18h, Salvador recebe a exibição do documentário “Doutor Araguaia”, no Cine Clube Glauber Rocha. A sessão, promovida pelo Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia e pela Fundação Maurício Grabois – Bahia, é um convite à reflexão sobre a luta pela democracia e os horrores da ditadura militar no Brasil.
A produção retrata a trajetória de João Carlos Haas Sobrinho, jovem médico gaúcho que, movido pelo compromisso com a justiça social, uniu-se ao PCdoB e às Forças Guerrilheiras do Araguaia. Como profissional de saúde, prestou atendimento a camponeses das regiões de Porto Franco (MA) e Xambioá (TO), tornando-se uma figura admirada pela população local. Perseguido pelo regime militar, foi assassinado pelo Exército em setembro de 1972. Até hoje, seus restos mortais nunca foram entregues à família.
Dirigido por Edson Cabral e com roteiro de Sônia Haas, irmã do protagonista, o documentário é uma realização independente da TG Economia Criativa, com gravações em diversos estados do país e depoimentos de ex-guerrilheiros, camponeses, amigos e estudiosos. São 90 minutos de narrativa intensa, com cinco músicas inéditas e cerca de 50 entrevistas, costurando o legado de um homem que dedicou sua vida à causa do povo.
“Fomos aos lugares onde ele morou, falamos com as pessoas que foram pacientes dele, tivemos muitos encontros interessantes que simbolizaram reencontrar o João Carlos”, conta Sônia Haas. O projeto foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo e já percorreu diversas cidades brasileiras, recebendo forte acolhida do público. Agora, chega a Salvador para seguir cumprindo seu papel: resgatar a memória, reafirmar a luta e impedir que os crimes da ditadura sejam esquecidos.
“Eu enxergo essa minha busca pelo João Carlos, pela história dele e pelo resgate de sua dignidade, como uma missão. Então, lançar esse documentário é parte dessa missão, uma parte muito importante, simbólica, que vai registrar toda a caminhada dele”, conclui a irmã do Dr. Araguaia.