Os empresários Alex Parente e José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo, voltaram a ser alvos de diligências da Polícia Federal (PF) na operação Overclean, que apura desvios milionários em obras financiadas por emendas parlamentares.
A ação faz parte da terceira fase da operação, deflagrada nesta quinta-feira (3). De acordo com informações obtidas pela reportagem do portal Metrópoles, os dois são suspeitos de obstrução de Justiça, e a PF investiga a possível destruição de provas e manipulação de informações.
Alex Parente, seu irmão Fabio Parente e José Marcos de Moura são apontados como líderes do grupo investigado e já haviam sido alvos na primeira fase da operação, deflagrada em dezembro de 2024. Nesta nova etapa, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos empresários e seus familiares.
Entre as empresas sob investigação está a Allpha Pavimentações, da qual Alex Parente é sócio ao lado do irmão. A empresa recebeu R$ 67 milhões do governo federal por meio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), de um total de aproximadamente R$ 130 milhões em contratos firmados entre 2021 e 2024.
Os pagamentos começaram em junho de 2021, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL), e seguiram até julho de 2024, já na gestão de Lula (PT). Dados do Portal da Transparência apontam que os recursos utilizados nos pagamentos são provenientes da rubrica orçamentária conhecida como orçamento secreto.
Alex Parente também estava a bordo do avião que foi alvo de uma ação controlada da PF em 3 de dezembro de 2024. A aeronave foi interceptada em Brasília, e entre os passageiros estavam, além de Parente, o ex-coordenador do DNOCS na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira, que agora também é alvo de mandados de busca nesta nova fase da Overclean.
Na abordagem, a PF encontrou o que classificou como uma “contabilidade clandestina” do grupo. Esse material serviu de base para a deflagração da segunda fase da investigação ainda em 2024.
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