Bruno Barral, ex-secretário de Educação de Salvador, está entre os alvos da terceira fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (3).
De acordo com informações do Bahia Notícias, um dos mandados foi cumprido em Belo Horizonte (MG), onde Barral atualmente exerce o cargo de secretário de Educação da capital mineira. No âmbito da operação, ele foi afastado de suas funções por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante as buscas em sua residência, a Polícia Federal encontrou maços de dólares e euros, além de joias e relógios armazenados em um cofre. O montante total apreendido ainda não foi divulgado.
A operação tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. No total, estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, além de uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público. As ações ocorrem em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju.
Bruno Barral assumiu o cargo em Belo Horizonte em abril do ano passado, em uma articulação que contou com a participação direta do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.
As investigações indicam que o esquema criminoso teve como um de seus principais alvos o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA). Além disso, outros órgãos públicos também contavam com o apoio operacional da organização criminosa para viabilizar os desvios.
A apuração aponta que os envolvidos direcionavam recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, utilizando mecanismos como superfaturamento de obras e desvios financeiros.
Estima-se que a organização tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio desses contratos fraudulentos e obras superfaturadas. Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
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