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DEPUTADO APRESENTA MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AO MESTRE OLAVO DA BAHIA: ‘SÍMBOLO VIVO DA CULTURA BAIANA’

LUIZA SANTOS - 26/03/2025 17:26

O deputado Hilton Coelho (PSOL) apresentou, na Casa Legislativa, moção de solidariedade ao Mestre Olavo da Bahia. “Repudiamos sua retirada arbitrária do espaço onde, há mais de 40 anos, desenvolve seu ofício na confecção de berimbaus e preservação da cultura baiana e da capoeira. Mestre Olavo da Bahia é um símbolo vivo da cultura baiana e referência na capoeira e na confecção de berimbaus. É um guardião do conhecimento ancestral, reconhecido nacionalmente por sua habilidade na construção de instrumentos percussivos”, afirma o legislador.

“Nosso mandato se solidariza e se soma às manifestações de apoio da comunidade capoeirista, dos(as) artistas e de todas as pessoas que defendem a preservação do nosso patrimônio cultural. Não aceitaremos esse desrespeito! Mestre Olavo fica!”, acrescenta Hilton Coelho.

Olavo nasceu na cidade de Cruz das Almas, Recôncavo da Bahia, em 29 de julho de 1942. Cresceu em Muritiba, onde aprendeu a capoeira com o mestre Alfredo da Capoeira Angola. Mudou-se para Salvador nos anos 1960, onde conheceu o mestre Waldemar da Paixão, com quem aprendeu a construir um bom berimbau. Recebeu o título de Mestre Artesão em maio de 2021, tornando-se, ao lado de mestre Lua Rasta, os primeiros mestres artesãos da capoeira reconhecidos no Brasil, numa iniciativa da Coordenação de Fomento ao Artesanato da Setre.

Mestre Olavo mantém seu espaço vendendo berimbaus e outros artigos que representam a rica tradição da Bahia e da Capoeira, no hotel, há mais de 40 anos, desde os tempos do antigo Hotel Quatro Rodas, atualmente Hotel Deville Prime Salvador. Agora, sem qualquer diálogo, está sendo expulso de seu local de trabalho pelo Hotel Deville de maneira arbitrária e desrespeitosa.

“A decisão de removê-lo ignora sua história e contribuição cultural, além de ferir a Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91), que assegura a estabilidade de quem exerce uma atividade comercial de longa data no mesmo espaço. Tal atitude, além de ser um ataque a um trabalhador é um desrespeito à cultura e à história da Bahia. Diante desse absurdo, solicitamos respeito ao direito adquirido do Mestre Olavo. A cultura não pode ser tratada como algo descartável, e os fazedores de cultura devem ser protegidos, não perseguidos”, conclui Hilton Coelho.

Foto: Divulgação/Psol

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