A Operação Plantio Chuva 2025 foi iniciada nesta terça-feira (25), com a instalação de 20 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, no bolsão que liga os bairros do Lobato e Pirajá. A ação realizada pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis) marcou o começo dos plantios que acontecem entre os meses de março e julho, e neste ano pretende alcançar mais de 10 mil novas mudas espalhadas por toda a cidade. No ano passado, foram mais de 12 mil espécies efetivamente plantadas.
No trecho onde os trabalhos tiveram início foram plantadas espécies de ipê roxo, ipê rosa, ipê amarelo e jenipapo. Ao acompanhar o início da operação, o secretário da Secis, Ivan Euler, afirmou que pelo menos 500 mudas devem ser instaladas em toda a extensão do bolsão, lembrando que as áreas escolhidas são aquelas em que há a possibilidade de plantar mais mudas, além de locais escolhidos pela população.
Cada local é previamente visitado pelas equipes de técnicos da Secis para observação das condições gerais da área de plantio. Para ser aprovado são observados requisitos como quantidade de árvores existentes, espaçamento, acesso para rega, solo em boas condições, histórico do local, inexistência de eventos que produzem danos às mudas, existência de tubulação subterrânea e fiação aérea, pré-existência de viveiro de insetos que podem causar danos às espécies e declividade do solo.
“A gente tenta identificar áreas amplas, onde seja possível plantar árvores sem causar impacto em estruturas como redes elétricas ou tubulações. Como Salvador é uma cidade grande, temos o Disque Mata Atlântica, que é um canal fundamental com a comunidade para encontrarmos mais espaços adequados”, explicou Euler.
A operação é realizada no período de chuva exatamente para aproveitar a irrigação natural, garantindo que as mudas plantadas se desenvolvam melhor. “No verão, como chove pouco, o plantio não é adequado. Já no período chuvoso, intensificamos a arborização da cidade. É nesse momento que concentramos nossos esforços”, reforçou o gestor.
Após a observação das características dos locais dos plantios, é feita uma relação de espécies que se adequam melhor aos aspectos daquele ambiente. As espécies escolhidas obedecem às seguintes premissas: exclusivamente de Mata Atlântica e seus biomas associados, tamanho de copa, floração, disponibilidade de aquisição de mudas, adaptabilidade a cidade, índice de rega e resistência.
“A gente não planta espécies exóticas. Hoje, por exemplo, estamos plantando ipê (roxo e amarelo) e também jenipapo, que é uma fruta nativa da Mata Atlântica. Além de serem bonitas, essas árvores ajudam no combate ao aquecimento global. Elas captam CO₂ (gás carbônico), fazem fotossíntese, liberam oxigênio e contribuem para a melhoria do microclima da região onde são plantadas”, detalhou Euler.
O diretor-geral do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam), João Resch, listou os benefícios do plantio. “É mais um ano da nossa operação, aproveitando o período de maior volume de chuvas, entre abril e julho, o que nos ajuda a economizar na irrigação. E é importante dizer que o serviço ecossistêmico de uma árvore vai muito além do sombreamento ou do abrigo para fauna. Com as mudanças climáticas tão evidentes, uma árvore plantada hoje tem um papel muito significativo, principalmente nos grandes centros urbanos”, declara.
Ele lembra que o trabalho acontece desde 2013, com o objetivo de aumentar o volume de árvores e, com isso, melhorar a qualidade ambiental urbana da cidade. Em 12 anos da Operação Chuva, já foram plantadas cerca de 130 mil árvores em toda a cidade. “A gente faz esse acompanhamento constante, com ações em diversos trechos e em diferentes Prefeituras-Bairro. Essas vias novas que estão sendo abertas agora também já entram no nosso cronograma. Com certeza, a gente está conseguindo manter esse trabalho com resultados consistentes”, garantiu.
No ano passado, a Operação Plantio Chuva passou a contar com uma novidade que está sendo replicada neste ano: o Disque Mata Atlântica. Além da Prefeitura identificar áreas com potencial para plantio, a população também pode indicar locais para receber as mudas.
As equipes da Secis vão até o local indicado, avaliam e, se for viável, convidam os moradores para participarem dos plantios. “Isso gera um sentimento de pertencimento. A pessoa planta com a gente, acompanha o crescimento da árvore, e se por acaso acontecer algo com ela — se adoecer, por exemplo —, a pessoa pode entrar em contato conosco”, explicou o titular da Secis.
A população pode entrar em contato através do e-mail [email protected], onde é possível enviar foto e localização da área sugerida. Também está disponível um WhatsApp, com o número (71) 99676-7934, no qual a população pode fazer o mesmo tipo de envio.
Fotos: Bruno Concha/Secom PMS
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