A ausência da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na audiência pública que discutiu “os Serviços da Coelba na região Oeste”, realizada nesta quinta-feira (20) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), gerou duras críticas da presidente da Casa, deputada Ivana Bastos (PSD), e do deputado Robinson Almeida (PT), proponente do debate. A reunião discutiu as falhas nos serviços da concessionária do Grupo Neoenergia, especialmente na região oeste do estado, onde produtores rurais enfrentam prejuízos devido à deficiência na distribuição de energia. Ivana Bastos expressou indignação com a ausência da ANEEL e anunciou que a Assembleia emitirá uma moção de repúdio contra a agência reguladora.
“Fica aqui o nosso protesto, o protesto da Assembleia Legislativa da Bahia, que representa 15 milhões de baianos, contra essa falta de respeito da ANEEL”, afirmou. “A ausência da ANEEL nesta audiência pública é um desrespeito não apenas a esta Casa, mas a todos os baianos que sofrem diariamente com a precariedade dos serviços da Coelba. A agência tem o dever de fiscalizar e garantir que a concessionária cumpra suas obrigações, mas, ao se omitir desse debate, reforça a sensação de abandono e impunidade”, criticou Robinson Almeida.
A Coelba enviou representantes, apresentou os investimentos realizados nos últimos 12 meses e seu plano para o futuro, mas não conseguiu conter as críticas sobre os prejuízos causados pela má qualidade do fornecimento elétrico na região. Na audiência, a presidente da AL-BA ressaltou, por exemplo, que os problemas na distribuição de energia impactam tanto grandes indústrias quanto pequenos produtores e comunidades rurais, dificultando desde a operação de sistemas de irrigação até a simples conexão de poços artesianos.
“Então, energia a gente tem, mas a gente não consegue chegar na ponta (por causa da distribuição inexistente feito pela Coelba). E isso precisa ser resolvido, porque os prejuízos são imensos”, ilustrou. O deputado Robinson Almeida também criticou a concessionária, destacando que a falta de investimentos da Coelba resultou em uma situação de “insegurança energética” no estado. Segundo ele, a Bahia deixou de ter problemas de geração de energia devido ao avanço das fontes renováveis, mas a distribuição continua ineficiente.
“A Coelba não consegue, ao longo dos últimos anos, pegar essa energia produzida e atender as demandas na ponta. Isso se deve à ausência de investimentos, que só foram anunciados recentemente, mas deveriam ter ocorrido há muito tempo”, apontou o parlamentar, crítico à renovação da concessão ao grupo Espanhol por mais 30 anos.
Produtores rurais do oeste baiano reforçaram as críticas, denunciando os impactos das oscilações e quedas de energia na agricultura. João Jacobsen Filho, produtor de milho, soja e algodão, relatou prejuízos recorrentes causados pela má qualidade do fornecimento. “Essa oscilação desliga os equipamentos, provoca queima de motores e bombas, e compromete a irrigação. Muitas vezes, somos obrigados a replantar, e isso afeta toda a safra”, explicou.
Ele também cobrou uma fiscalização mais rigorosa da ANEEL sobre os serviços da Coelba. “A gente reinvindica que a ANEEL fiscalize a prestação desse serviço concedido”, enfatizou. Durante a audiência pública, a companhia disse que implantou, em 2024, 29 mil postes, 1,5 mil km de rede, realizou 4,2 mil novas ligações e instalou 10 novos alimentadores, além da entrega de duas novas subestações. Entre 2025 – 2027, a Coelba disse que planeja 5 novas subestações e 15 subestações com potência ampliada p…
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