As mulheres nascem com uma quantidade específica de óvulos – cerca de 2 milhões – mas, com o passar dos anos, além desse número ir diminuindo, os óvulos também vão perdendo a qualidade. O que acontece é que a mulher moderna tem adiado cada vez mais a maternidade. A decisão sobre quando ter filhos pode ser uma questão complexa. Para além da maternidade, equilibrar a carreira; estudar mais para aumentar as possibilidades de emprego; encontrar o parceiro (ou parceira) ideal; e ainda poder usufruir da sua liberdade pessoal são pontos de prioridade. Diante desse contexto, o avanço das técnicas de reprodução assistida e o congelamento de óvulos tem destaque maior dia após dia. Afinal de contas, ele permite às mulheres maior controle sobre sua fertilidade e o planejamento familiar. A técnica oferece a oportunidade de ser mãe no momento certo, alinhando o desejo de maternidade com as circunstâncias ideais da vida.
“A partir dos 30 anos, as mulheres que querem ser mães, devem fazer um planejamento familiar e reprodutivo, e repensar sua trajetória. Para isso, é preciso avaliar a sua reserva ovariana e verificar se seria, ou não, o caso de congelar óvulos. Essa é uma questão que hoje, deveria ser de interesse fundamental para as mulheres. A gravidez está sendo postergada cada vez mais, mas o relógio biológico feminino não para”, comenta a especialista em reprodução humana e diretora médica do IVI Salvador, Genevieve Coelho. Os especialistas em reprodução humana aconselham o congelamento de óvulos entre 30 e 37 anos. Assim, é possível conservar as células e manter as suas condições fisiológicas para uso futuro, além de preservar a autonomia reprodutiva.
O congelamento de óvulos no Brasil existe desde 1980, mas foi somente a partir de 2012 que o procedimento se estendeu às mulheres que não tinham problemas para engravidar, e queriam somente adiar a gestação. Com essa mudança, as mulheres passaram a ter a oportunidade de ter filhos usando seus próprios óvulos, mesmo com uma idade mais avançada, num momento da vida em que isso poderia comprometer a qualidade e a quantidade de óvulos, se engravidassem de forma natural. Dados recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o congelamento de óvulos no Brasil, demonstram uma demanda crescente de mulheres que desejam adiar a gestação. Entre 2020 e 2021 foram realizados mais de 21 mil ciclos, com 154.630 óvulos congelados.
As razões para optar pelo congelamento de óvulos são tão variadas quanto as próprias mulheres. Algumas das motivações mais comuns incluem, como dito, carreira, educação e o desejo de alcançar estabilidade. Para mulheres que ainda não encontraram o parceiro ou parceira com quem desejam ter filhos ou que preferem esperar por razões pessoais, o congelamento de óvulos oferece a liberdade de tomar decisões sobre a maternidade em seus próprios termos, sem o medo de que sua fertilidade diminua antes de estarem prontas.
O processo do congelamento de óvulos
O congelamento de óvulos, ou criopreservação de oócitos, é um procedimento que envolve a estimulação ovariana, seguida da coleta de óvulos e sua preservação em temperaturas extremamente baixas. “O congelamento é um processo individualizado, que precisa ter o aconselhamento de um especialista em reprodução assistida. Se existe histórico familiar de menopausa precoce, por exemplo, é preciso que a mulher faça avaliações antes dos seus 30 anos”, explica a especialista do IVI Salvador.
O primeiro passo para o congelamento de óvulos é a estimulação do ovário com medicações hormonais, injeções subcutâneas diárias por duas semanas. Em seguida, são feitas entre 3 e 6 ultrassonografias de acompanhamento e ajustes necessários nas doses. Depois, é feita a coleta dos óvulos via transvaginal com sedação leve em um procedimento que dura cerca de 30 minutos. Os folículos aspirados são avaliados em laboratório para a identificação dos óvulos maduros e de boa qualidade morfológica, que serão então congelados.
Sobre o IVI – RMANJ
IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica na Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Atualmente são em torno de 190 clínicas em 15 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo, sendo líder em Medicina Reprodutiva e o maior grupo de reprodução humana do mundo.