Os chocolates estão mais ‘salgados’ este ano, quando o assunto é o preço. De acordo com o levantamento da Fecomércio BA, com base nos dados do IPCA, houve aumento de 14,41%, em um ano, nos chocolates em barra e bombom, e de 10,24% dos chocolates e achocolatado em pó.
O ovo de Páscoa, por ser um produto sazonal, não é captado na coleta mensal do IBGE. No entanto, deve seguir a tendência dos seus similares. Isso é devido à alta expressiva no preço do cacau no mercado internacional, derivado de problemas climáticos e de produção em países africanos, que são grandes players desta matéria-prima. Para se ter uma ideia, em março do ano passado, a arroba do cacau na Bahia estava sendo cotada a R$ 460, e deu um salto em um ano para os R$ 730 vistos atualmente.
“A boa notícia é que o preço do cacau vem melhorando nos últimos meses com a ampliação da oferta mundial novamente, mas não em tempo suficiente para gerar reflexos na Páscoa deste ano, até por conta do processo de produção que já foi realizado”, explica Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio BA.
Quando analisado, de maneira geral, a cesta da Páscoa, com itens selecionados pela Fecomércio BA, tem variação menor do que a do levantamento do ano passado, de 2,26% contra 5,86%. Um item de destaque, entre os ingredientes para a refeição da Semana Santa, é o arroz, insumo que está, em média, 7,61% mais barato do que em 2024. Ele é o que pesa mais no índice. Outras quedas foram vistas na batata-inglesa (-33,91%) e na cebola (-32,87%), o que ajuda no bolso na hora de compor o prato típico de pescado.
Em se tratando dos pescados, houve um aumento médio de 4,87% em um ano, até abaixo da inflação média geral da região, de 5,37%. O que deve pesar na compra neste ano é o alho, com aumento de 41,49% e o tomate, de 10,75%.
O azeite, que no ano passado sofreu um aumento médio de 36,93%, neste ano sobe 14,11%, seguindo com preço salgado ao consumidor. Quem também acelerou foi o ovo de galinha, de 4,23% para 7,82%.
“Lembrando que essas variações são médias, pode haver oportunidades nos supermercados de descontos para determinado produto e num determinado dia. Assim, o consumidor deve ficar atento e pesquisar preços. Os produtos não perecíveis podem ser comprados com mais antecedência, caso surjam promoções. Outra dica é não deixar para a véspera, pois pode ocorrer redução da quantidade ofertada e aumento de preços”, comenta o presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes, acerca do período.
Sobre o consumo, a tendência é que haja um aumento nas vendas no período. Tecnicamente, não há como separar o que seria compra para a Páscoa de uma aquisição habitual do domicílio. Porém, dada a importância do momento, o comportamento do mês tem uma relação importante com a data comemorativa. Nos supermercados, há uma previsão de aumento de 10% nas vendas no estado. As lojas específicas de chocolates também se beneficiam.
ICF – As famílias estão mais confiantes e corroboram esse cenário positivo para a Páscoa. Segundo o índice de Intenção de Consumo das Famílias, o ICF, da Fecomércio BA e CNC, há um aumento de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, reflexo de uma taxa de desemprego baixa, renda real crescendo e crédito.
Portanto, a Páscoa deste ano exigirá um esforço a mais dos consumidores na compra dos chocolates, mas o cenário geral é mais favorável do que em 2024.
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