Nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez um agradecimento ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por “abraçar” o seu filho Eduardo, que se licenciou do mandato de deputado federal ao alegar perseguição do Poder Judiciário o filho “zero três” de Bolsonaro está no país estrangeiro, onde resolveu ficar após o PT pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão de passaporte por supostamente atentar contra a “soberania nacional”.
No Senado, o ex-presidente citou o assunto e lembrou que ele próprio está com passaporte retido devido à investigação da tentativa de um golpe de Estado.
“Confiscaram meu passaporte, mas meu pensamento está com Donald Trump, que seguirá abraçando o meu filho. Coisa rara no Brasil, (no meu governo) tivemos um presidente alinhado com democracias no mundo todo, inclusive a americana. Mas, todo sacrifício é válido quando queremos um país forte, independente e livre.”
Durante visita a uma exposição em memória ás vitimas ao Holocausto, Bolsonaro vinculou as perseguições judiciais que Eduardo afirma sofrer ao nazi-facismo.
“Toda vez que estive em Israel, fui bem recebido. Conheci o país acompanhado da minha senhora e visitei o museu do Holocausto. Não podemos nos esquecer e isso não pode acontecer nunca mais. Hoje está sendo um dia marcante para mim. O afastamento de um filho. Um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Se afasta para combater algo parecido com o nazi-fascismo que avança em nosso país. A liberdade não tem preço e é mais importante que a própria vida. O exemplo de Israel está vivo.”
Eduardo comunicou nesta terça-feira ter se licenciado do cargo na Câmara e de mudado para os Estados Unidos. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o parlamentar justificou a decisão pelo que chamou de perseguição a qual ele e seu pai estão sendo submetidos no Brasil.
Na gravação, Eduardo cita a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar a sua prisão. O parlamentar cita, em sua fala, um despacho do magistrado para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o pedido de de apreensão do passaporte. A representação, contudo, ainda não foi apreciada.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca — afirmou ele. — Abdico temporariamente do meu mandato, irei me licenciar sem remuneração, para que eu possa me dedicar integralmente para que eu possa buscar as devidas sanções para os violadores dos direitos humanos.”
O deputado afirmou que permanecerá no país americano para “lutar” pela anistia aos presos pela tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 e que só retornará ao Brasil quando Moraes for punido por “abuso de autoridade”.
O deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes. A ideia seria usar o cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donald Trump. A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais.
Foto: Gazeta do Povo