Em uma sessão extraordinária realizada na última quarta-feira (12), a Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, aprovou a revogação da doação de um terreno de 60,3 mil m² que havia sido destinado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
A decisão foi tomada por 13 votos a 1, permitindo que a área, doada à instituição em 2012, seja utilizada para a construção de um supermercado atacadista. A medida gerou forte reação contrária de estudantes e professores da universidade.
A sessão foi marcada por debates acalorados. A vereadora Luana Carvalho (PT) foi a única a votar contra a revogação e, ao se manifestar em defesa da UFRB, foi vaiada por parte do público. Em seu discurso, classificou a decisão como “um crime contra a educação pública de Santo Amaro” e acrescentou: “Peço desculpas à UFRB. A luta só está começando”.
O terreno em questão seria utilizado para a construção de um campus da universidade, conforme um projeto aprovado em 2013 no âmbito do PAC Cidades Históricas, programa do governo federal. O espaço abrigaria o Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT). No entanto, a falta de recursos adiou o início das obras. Em setembro de 2023, o governo federal anunciou uma nova fase do PAC, com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos. Enquanto isso, estudantes afirmam que o prédio atualmente ocupado pela instituição oferece condições precárias para os cursos de artes, cultura e música.
Em nota enviada ao Metro1, a Prefeitura de Santo Amaro justificou a revogação alegando que o projeto universitário permaneceu inativo por anos. Segundo a administração municipal, o novo destino do terreno prioriza iniciativas que “trarão empregos e crescimento econômico”. A prefeitura também reforçou seu apoio à educação, citando a cessão do prédio do Colégio Senador Pedro Lago à UFRB em 2017 como exemplo. Além disso, afirmou estar aberta ao diálogo para buscar alternativas que atendam à universidade.
(Metro1)
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