A agência Homeland Security Investigations (HSI), do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, especializada em crimes transnacionais, notificou as autoridades brasileiras sobre a abertura de uma investigação contra o empresário Marcos Moura, conhecido na Bahia como “Rei do Lixo”.
Segundo informações do jornal O Globo, a apuração envolve suspeitas de movimentações financeiras irregulares e possível lavagem de dinheiro em território norte-americano. A investigação identificou remessas milionárias feitas pelo empresário para contas nos Estados Unidos, incluindo algumas abertas em cassinos locais.
No Brasil, Marcos Moura já é investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro de emendas parlamentares e fraudes em contratos públicos.
As transferências para os EUA podem somar até US$ 10 milhões, o equivalente a cerca de R$ 58,2 milhões na cotação atual. Além dos documentos rastreados por autoridades norte-americanas, a PF encontrou mensagens em celulares apreendidos durante a Operação Overclean que indicam tratativas de Moura com instituições financeiras dos Estados Unidos.
De acordo com a reportagem de O Globo, as investigações também apontam que o empresário realizou remessas para cassinos em Punta del Este, no Uruguai, e discutiu a compra de relógios Rolex com funcionários no país.
No mês passado, a PF apreendeu sete relógios Rolex e outras 91 joias de grifes internacionais e brasileiras na casa de Moura, em dezembro. Algumas das peças estavam em sua posse no momento da prisão.
Os agentes também confiscaram R$ 717 mil em espécie, armazenados na residência do empresário, em Salvador, e na sede da MM Limpeza Urbana, uma de suas empresas.
A investigação conduzida pela PF revelou que o esquema liderado por Marcos Moura e pelo empresário Alex Rezende Parente desviou R$ 1,4 bilhão de verbas de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Além deles, outras 15 pessoas são alvo do inquérito, que está sob supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com relatoria do ministro Kassio Nunes Marques. O caso chegou à Corte após o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) ser mencionado nas investigações.
Elmar é primo de Francisco Nascimento, vereador de Campo Formoso, flagrado pela PF jogando R$ 200 mil pela janela de seu apartamento antes de ser preso em dezembro.
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