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DIVISÃO NO PT SE INTENSIFICA E GRUPO DE LULA COGITA LANÇAR CANDIDATO ALTERNATIVO

Bruna Carvalho - 13/03/2025 08:00 - Atualizado 13/03/2025

Desde sua primeira eleição para a Presidência em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva não enfrentava uma crise interna tão intensa no PT como agora. O impasse surgiu dentro da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no partido, devido à resistência de uma ala do grupo — a mesma de Lula — à indicação de Edinho Silva para a presidência da sigla.

Ex-prefeito de Araraquara, Edinho reuniu-se nesta terça-feira (11) com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e com o senador Humberto Costa (PE), presidente interino do PT. Ele busca apoio para um modelo de gestão partidária menos conflituoso. Diante das dificuldades, seus aliados pretendem antecipar o registro da candidatura, consolidando sua posição na disputa.

A eleição interna do PT, que definirá sua nova liderança por meio do voto dos filiados, está marcada para 6 de julho. Entretanto, os embates públicos entre integrantes da CNB têm sido tão frequentes que a corrente já ganhou o apelido de “Construindo uma Nova Briga” entre os petistas.

As acusações de filiações em massa, supostamente impulsionadas pelo uso da máquina partidária, também acirraram os ânimos. Entre outubro do ano passado e 28 de fevereiro, o PT registrou um aumento de 341 mil novos membros, elevando o total de filiados para quase 3 milhões.

O cerne da disputa envolve o controle da tesouraria do partido, responsável por administrar recursos que somam cerca de R$ 700 milhões anuais, provenientes dos fundos partidário e eleitoral.

Edinho Silva resiste à permanência da atual secretária de Finanças, Gleide Andrade, que é pré-candidata a deputada federal. Em 17 de fevereiro, o Diretório Nacional do PT aprovou uma mudança no estatuto que permite a reeleição de dirigentes e parlamentares com três mandatos consecutivos. A decisão, apelidada de “emenda Gleide”, favorece a continuidade da atual tesoureira.

O acirramento da crise foi impulsionado por um jantar realizado na casa de Gleisi Hoffmann na última quinta-feira (6), onde a sucessão do PT foi discutida. No encontro, dirigentes da CNB informaram Lula sobre as resistências à candidatura de Edinho, apoiada por José Dirceu, Fernando Haddad e outras lideranças petistas.

Diante do cenário, o grupo indicou que busca um nome alternativo para liderar o partido. “Vamos acertar um candidato que unifique o PT e ajude o governo”, declarou ao Estadão o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do partido, que esteve presente na reunião.

(Agência do Estado)

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

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