Após o anúncio inesperado de que não concorreria à reeleição, feito na semana passada, o presidente estadual do PT, Éden Valadares, e seu grupo, alinhado a Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado Federal, iniciaram a busca por um nome alternativo para representá-los nas eleições de julho deste ano.
Éden justificou sua decisão alegando que apoia a alternância no cargo e que deixará a presidência do PT para se dedicar à campanha de reeleição do senador e de seu amigo Lucas Reis, chefe de Gabinete de Jaques Wagner em Brasília, que pretende disputar uma vaga como deputado federal no próximo ano.
A escolha do sucessor, contudo, tem se mostrado desafiadora, pois a decisão de Éden Valadares foi tomada sem aviso prévio ao próprio grupo, após uma gestão de seis anos. Segundo informações da Tribuna da Bahia, a busca por um novo nome se tornou uma corrida contra o tempo, já que as eleições estão previstas para ocorrer dentro de quatro meses.
O primeiro nome consultado, o secretário estadual de Justiça, Felipe Freitas, recusou definitivamente o convite. Diante disso, a procura por um candidato continua. Enquanto isso, na oposição, ganha força o ex-presidente Everaldo Anunciação, da corrente Construindo um Novo Brasil.
Com forte inserção nas diversas correntes petistas e atuando nos bastidores desde o ano passado, Everaldo Anunciação tem recebido apoio para encarar o desafio, incluindo de figuras importantes da sigla, como o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que está envolvido em uma disputa acirrada com Jaques Wagner pela influência no governo de Jerônimo Rodrigues.
Recentemente, Everaldo Anunciação celebrou a decisão do diretório nacional do PT de adotar o voto direto nas disputas internas, em níveis municipal, estadual e federal, considerando a medida uma forma de fortalecer as bases do partido.
Segundo ele, a votação direta mobiliza a militância e amplia a representatividade, algo que sempre foi reivindicado pela base do Partido dos Trabalhadores, diferentemente da votação por congresso partidário.
Atualmente, cerca de 120 mil petistas baianos estão aptos a votar na eleição marcada para 6 de julho, quando o partido definirá os presidentes dos diretórios municipais, estaduais e nacional.
(Tribuna da Bahia)
Foto: João Valadares