A Braskem, maior empresa brasileira do setor petroquímico, está à venda há anos e não conseguiu chegar a um bom termo em nenhuma das negociações que ocorreram. Segundo reportagem da InvestNews, assinada pela jornalista Lucinda Pinto, o fato de estar à venda há tanto tempo tem inviabilizado investimentos.
Desde outubro de 2017, a Braskem encolheu cerca de US$ 11 bilhões em valor de mercado, ou cerca de R$ 61 bilhões.
E as grandes companhias do mundo estão aproveitando o momento de baixa da petroquímica no mundo para se consolidar e investir em expansão. E, como a Braskem está de certa forma “travada”, sem nenhum grande projeto de expansão, ela corre o risco de ficar pequena demais nesse mercado.
A Braskem tem implementado medidas como a migração da nafta para o etano, a expansão da produção no complexo de Duque de Caxias (RJ) e a busca por matérias-primas mais competitivas. A empresa também planeja aumentar a oferta de produtos de fonte renovável e buscar medidas de proteção contra importações.
Essas são iniciativas importantes, mas insuficientes para manter a Braskem em uma posição relevante no mercado internacional nos próximos anos, dizem analistas.
Segundo a reportagem, o que trava a Braskem hoje é, na verdade, a posição de seu principal acionista, Novonor, que entregou as suas ações na Braskem, um ativo super bem avaliado, como garantia de empréstimos bancários junto a cinco instituições: Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES. Na ocasião, essas ações eram avaliadas em R$ 15 bilhões.
Como essa dívida nunca foi paga, a solução para a Novonor seria vender sua participação na Braskem e quitar a pendência com os bancos. O problema é que atualmente, a participação da Novonor na Braskem vale muito menos do que a dívida que a empresa assumiu: a companhia é avaliada em cerca de R$ 7,7 bilhões e a fatia da Novonor vale aproximadamente R$ 4 bilhões, quase quatro vezes menos que a dívida original.
A perda de valor da companhia, a falta de entendimento entre os sócios afastam qualquer eventual comprador.
Para alguns, o mais provável é que a própria Petrobras acabe assumindo o controle da companhia – seguindo a tendência internacional de investimento de petroleiras no setor petroquímico.