Uma guerra tarifária, envolvendo os Estados Unidos, maior economia do mundo, com países como a China, Canadá e México, está trazendo muita volatilidade aos mercados globais. No último final de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a cogitar uma possibilidade de recessão nos Estados, o que deixou os investidores apavorados. As ações americanas sofreram fortes perdas, principalmente as big techs que pesaram fortemente nas negociações. Para entender o que uma recessão nos EUA pode trazer de conseqüência para o Brasil, o portal Bahia Econômica foi conversar com Iuri Rocha
Segundo o especialista uma recessão nos Estados Unidos poderia afetar setores ligados a exportações além de resultar numa fuga expressiva de capitais. “Uma recessão americana poderia diminuir a demanda por esses produtos, reduzindo as exportações brasileiras e afetando negativamente nossa balança comercial. Além disso, a retração econômica nos EUA pode levar investidores a adotarem posturas mais conservadoras, resultando na fuga de capitais de mercados emergentes, como o Brasil, e pressionando o câmbio e a inflação”, disse.
Outro ponto destacado pelo especialista é possível queda dos setores brasileiros que dependem de investimentos estrangeiros, como infraestrutura e tecnologia, que podem sofrer com cancelamentos de projetos. Iuri também destaca que existem pontos tarifários entre os países que pode ocasionar na necessidade do Brasil procurar novos parceiros comerciais.
“Uma recessão nos Estados Unidos teria repercussões significativas na economia brasileira, exigindo medidas estratégicas para mitigar seus efeitos. Há possibilidade do Brasil sofrer retaliações tarifárias. Atualmente, o país impõe uma tarifa média de 14% sobre produtos importados dos Estados Unidos, enquanto os norte-americanos aplicam uma média de apenas 2% sobre os produtos brasileiros. Esse desnível pode se tornar um argumento para que os EUA aumentem tarifas sobre exportações brasileiras, principalmente em um cenário de recessão e maior protecionismo. Setores como o agronegócio e a siderurgia poderiam ser diretamente afetados, tornando essencial que o Brasil diversifique seus mercados e fortaleça suas relações comerciais para reduzir sua vulnerabilidade a eventuais barreiras tarifárias”, explicou.
Imagem de Javier Garcia por Pixabay