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DOENÇAS CRÔNICAS SÃO A PRINCIPAL CAUSA DE MORTES EVITÁVEIS ENTRE MULHERES NO BRASIL

João Paulo - 11/03/2025 14:00

Equilibrar trabalho, estudos, responsabilidades familiares e cuidados com a casa é uma realidade desafiadora para muitas mulheres. Nesse cenário de múltiplas demandas, a saúde feminina muitas vezes é negligenciada. Dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) revelam que fatores como estresse ocupacional e desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal podem impactar negativamente a saúde das mulheres. O Mês da Mulher não é apenas um período de homenagens, mas também um lembrete para o autocuidado, a realização de exames periódicos e a adoção de hábitos saudáveis.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2021, 45,5% das mortes evitáveis em mulheres de 5 a 74 anos foram causadas por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias. Em sua maioria, ocasionadas por neoplasias (31,1%), doenças isquêmicas do coração (15,3%), doenças cerebrovasculares (14,4%) e diabetes mellitus (13,5%).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo estão entre as principais causas do aumento das DCNT. Dados do Portal de Doenças Não Transmissíveis da OMS indicam que, em 2019, o consumo médio de álcool no Brasil foi de sete litros por pessoa ao ano, acima da média mundial de seis litros. Além disso, a obesidade na população adulta mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%, com maior impacto sobre as mulheres – 62,6% delas estavam acima do peso em 2019.

O médico de Família e Comunidade e coordenador médico da Amparo Saúde, Leonardo Abreu, afirma que a prevenção ainda é a melhor estratégia para garantir mais qualidade de vida e longevidade para as mulheres. “Evitar o cigarro, praticar ao menos 150 minutos de atividade física por semana e reduzir o consumo de sal e açúcar são atitudes essenciais para combater essas doenças”, afirma.

A realização de avaliações periódicas é fundamental, já que grande parte das doenças crônicas não transmissíveis não costuma apresentar sintomas no início, dificultando o diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo identificarmos qualquer doença, melhor será a expectativa para um tratamento assertivo. Por isso, sempre orientamos pacientes a procurarem um profissional de saúde e, mais que isso, que eles tenham uma equipe multidisciplinar de referência que o conheça e possa acompanhá-lo ao longo do tempo”, informa.

Foto: Acervo Sabin

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