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BAHIA TEVE MAIS DE 14 MIL CASOS DE AFASTAMENTO DO TRABALHO POR CAUSA DE DESGASTES MENTAIS EM 2024; VEJA PESQUISA

João Paulo - 10/03/2025 09:00

Uma pesquisa feita pelo Ministério da Previdência Social sobre afastamentos do trabalho, mostrou que o Brasil vive uma crise de saúde mental com impacto direto na vida de trabalhadores e de empresas. Em 2024, foram quase meio milhão de afastamentos, o maior número em pelo menos dez anos. Os dados mostram que, comparado apenas com o ano anterior, as 472.328 licenças médicas concedidas representam um aumento de 68%.

Na Bahia foram 14.065 casos com destaque para ansiedade com 4.517 casos e para depressão com 3.313 casos.

De acordo com psiquiatras e psicólogos, o principal motivo do número elevado é o reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, entre outros pontos.  A crise fez que o governo federal buscasse medidas mais duras. O Ministério do Trabalho anunciou a atualização da NR-1, que é a norma com as diretrizes sobre saúde no ambiente do trabalho. Agora, o tema passa a ser fiscalizado nas empresas e pode, inclusive, render multa.

Os dados permitem traçar um raio-x da situação, com a lista de doenças que motivaram os benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). O benefício é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença.

Em 2024, foram 3,5 milhões pedidos de licença no INSS motivados por várias doenças. Desse total, 472 mil solicitações foram atendidas por questões de saúde mental. No ano anterior, foram 283 mil benefícios concedidos por esse motivo. Ou seja, um aumento de 68% e um marco na série histórica dos últimos 10 anos.

O número acima traz a lista de doenças de saúde mental que mais geraram concessão de benefícios por incapacidade temporária. O burnout, por exemplo, não está nessa lista. No ano passado, foram 4 mil afastamentos por esse motivo. Os especialistas explicam que o número tem relação com a dificuldade do diagnóstico.  Além disso, os dados representam afastamentos e não trabalhadores. Isso porque uma pessoa pode tirar mais de uma licença médica no mesmo ano e esse número é contabilizado mais de uma vez.(G1)

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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