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ARRASTÃO DA QUARTA DE CINZAS ENCERRA CARNAVAL DE SALVADOR 2025

VICTOR OLIVEIRA - 05/03/2025 14:40

Em referência ao nome do primeiro filme brasileiro premiado com um Oscar, “Ainda estou aqui”, milhares de foliões marcaram presença na 30ª edição do Arrastão da Quarta de Cinzas, nesta quarta-feira (5), no Circuito Dodô (Barra/Ondina), despedindo-se de vez do Carnaval de Salvador 2025. Três trios animaram o público, puxados por Danniel Vieira, Léo Santana e Carlinhos Brown.

Acompanhado da filha Liz, Léo Santana trouxe como convidados o cantor Flavinho, do grupo Pagod’art, e a banda Filhos de Jorge, e colocou o pagodão na roda do circuito. No início do desfile, o artista fez questão de saudar os ambulantes presentes no Largo do Farol da Barra e convocou o público. “Vocês vieram! Vamos lá fazer esse Arrastão”, disse.

Há oito anos participando do momento “inimigos do fim” da folia, Danniel Vieira ressaltou a felicidade em participar de um momento de diversidade e pluralidade da festa, aproveitando para dar o pontapé para o São João. Dentre os convidados estiveram Robyssão, Ed City, Bambam e Silvano Salles, dentre outros nomes.

O cantor também fez referência a Luiz Caldas, considerado o pai da axé music, tendo como marco para o ritmo o álbum “Magia”, de 1985. “Minha primeira memória afetiva do Carnaval foi com ele. Então, hoje, a gente tem que finalizar o Carnaval cantando Luiz Caldas. Vamos chegar em Ondina com tudo”, prometeu.

Um dos momentos mais marcantes foi proporcionado por Carlinhos Brown, que trouxe, além do cantor Zé Honório e do instrumentista Armandinho, a Fé-MENINA, um grupo de percussão com 100 mulheres regidas pela veterana Rose Ratinha, que foi integrante da banda As Meninas e é uma das principais percussionistas do país.

“Essa foi a realização de um sonho, de juntar mulheres que vêm do Ilê Aiyê, do Olodum, da Didá, do Muzenza, do Malê Debalê, e que toparam o meu convite. Estou emocionada desde o convite de Brown e é um marco pelo protagonismo da mulher no Arrastão, que é o fechamento do Carnaval de Salvador. Haja coração!”, disse.

Brown fez um agradecimento especial à imprensa pela cobertura e divulgação do Carnaval de Salvador 2025, e relembrou os motivos para a criação do festejo pós-folia oficial. “O objetivo do Arrastão foi sempre, sim, trazer as pessoas que trabalham durante o Carnaval para ter o seu momento de diversão. Os artistas abraçaram essa possibilidade e isso mostra, mais uma vez, a força da coletividade, da axé music. E, hoje, a gente tem uma dupla comemoração: os 30 anos da axé music e os 75 anos do trio elétrico”, declarou.

Daniela Oliveira, de 43 anos, é servidora pública e faz questão de estar presente todos os anos no Arrastão – mas, em 2025, a festa tem um sabor especial. “Sempre participo como foliã e, este ano, estarei como percussionista. É mais do que a realização de um sonho, é uma emoção enorme, até porque sou muito fã de Brown. A gente ensaiou bastante e é histórico esse momento hoje. O coração está a mil, nem dormi”, contou.

O agente de aeroporto Romilson Paixão, de 47 anos, voltou a curtir o Arrastão depois de cinco anos ausente devido ao trabalho. “Hoje as férias me proporcionaram esse momento tão esperado por mim. O único propósito aqui é ver Brown e vem aquela sensação de querer mais, de saudade. Deus é muito bom, pois a cada ano a festa melhora e a gente consegue curtir o Carnaval a cada dia. Se não vier para o Arrastão, não é Carnaval”, diz, rindo.

A diretora de ecossistemas Michelle Sales, de 43 anos, saiu de São Paulo para trabalhar no Carnaval de Salvador pela segunda vez e era só animação no Arrastão. “Fiquei muito feliz de estar aqui todos estes dias. Trabalhei, mas curti bastante também e minha expectativa é ver esse fechamento da festa linda com os melhores artistas que a gente tem aqui e a energia desse último dia tá aquela coisa gostosa. Se tivesse mais uma semana a gente ia, com certeza”, declarou.

Fotos: Joka O. Gueiros/Secom PMS

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