A Bahia se prepara para produzir vidro solar em parceria com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a mineradora canadense Homerun Resources. O projeto “Brasil Transparente” visa aproveitar a areia silicosa de Belmonte para fabricação do material, antes produzido apenas na China.
“A CBPM passou a enxergar esse recurso com um novo olhar estratégico, buscando parcerias para direcioná-lo a um segmento de maior valor agregado e impacto global”, afirma o presidente da companhia, Henrique Carballal. Segundo ele, a instalação de uma indústria para processar a sílica é essencial na transição energética.
O diretor de operações da Homerun, Armando Farhate, destaca que o projeto representa um modelo de mineração sustentável e inovação industrial. “Estamos comprometidos em desenvolver um modelo de mineração responsável, que agregue valor à economia local e fortaleça a cadeia produtiva de energias renováveis no Brasil e nas Américas”, afirma.
A unidade de beneficiamento da areia será instalada em Belmonte, com investimento de R$ 100 milhões, enquanto a fábrica de vidro solar aguarda definição do local, anteriormente previsto para Camaçari. “Estamos aguardando a decisão, confiantes de que iremos encontrar no Polo de Camaçari o terreno ideal para a instalação da fábrica”, explica Carballal.
O projeto deve gerar cerca de 700 empregos diretos e 2,8 mil indiretos. O prefeito de Belmonte, Iêdo Elias, destaca a relevância da iniciativa para a cidade. “A maior empregadora é a prefeitura e a abertura de 180 vagas muda a realidade de Belmonte”, avalia.
Para a deputada estadual Fabíola Mansur, Belmonte passa a integrar o mapa da mineração na Bahia. “Essa é uma oportunidade de gerar riquezas e novos negócios para o município”, afirma.
O projeto já obteve licenças ambientais e aguarda a doação do terreno em Camaçari para avançar na construção. “Logo após o governo do estado finalizar a doação do imóvel, daremos início à engenharia civil e terraplanagem”, explica Farhate.
A CBPM firmou um convênio para capacitação da mão de obra local, atendendo a recomendação do governador Jerônimo Rodrigues. “A CBPM está assumindo um compromisso de dar estrutura para a prefeitura qualificar esses trabalhadores”, ressalta Carballal.
O projeto segue diretrizes de sustentabilidade e governança ESG. “Criamos um plano de ação para priorizar os trabalhadores da região, pensando na geração de emprego, renda e no desenvolvimento social e econômico”, diz Farhate. Também será criado um fundo para desenvolvimento educacional nos municípios impactados.
“A transição energética está ocorrendo no mundo e a Bahia tem que estar preparada”, enfatiza Carballal. Para Farhate, a parceria com a CBPM tem sido essencial. “A CBPM atuou ativamente na estruturação do projeto, na atração de investimentos e na articulação com diferentes órgãos públicos para garantir sua viabilidade”.
Foto: Divulgação/Homerun