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ESTALEIRO ENSEADA HOJE ATUA COMO PORTO, MAS QUER VOLTAR A CONSTRUIR NAVIOS EM CONTRATOS A PETROBRAS E A TRANSPETRO

Redação - 21/02/2025 18:00 - Atualizado 21/02/2025

O diretor-presidente do Estaleiro Enseada, Ricardo Ricardi, disse, em audiência pública  na Assembleia Legislativa da Bahia que atualmente a imensa estrutura do estaleiro, construída pela Kawasaki Heavy Industries, tem sido utilizada apenas como opção logística portuária, no escoamento principalmente de minério, grãos e também de equipamentos de geração de energia eólica.

“Mas o nosso principal negócio, a nossa principal vocação, é ser um grande estaleiro voltado ao mercado de construção naval offshore”, disse o CEO da empresa, lembrando que se trata de “um ativo que está basicamente pronto e do qual se poderia ter rapidamente a geração de milhares de empregos”.

Ricardi disse que a companhia começou a ser restaurada, após a aprovação do plano de recuperação judicial feito em 2019, que vem sendo implementado com sucesso, tendo como principais credores o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.

No momento, o Estaleiro espera participar dos novos contratos com a Petrobras e a Transpetro para construção de navios, plataformas e restauro de embarcações. Além disso,  um pequeno contrato de construção de barcaças foi recentemente celebrado, possibilitando a contratação de 300 funcionários.

O CEO da Enseada argumentou ainda que o apoio do governo pode facilitar a entrada de novos investidores, que faz parte do processo de restauração do negócio. Segundo ele, melhorias nas vias de acesso, apoio na implantação de um ramal ferroviário de 63 quilômetros ligando a FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) ao canteiro de São Roque e a dragagem de banco de areia.

Também à mesa, Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, empresa de transporte e logística de combustíveis, subsidiária da Petrobras, disse que a empresa teve lucro de US$ 500 milhões em seu primeiro ano de gestão e que é possível ter lucro investindo em obras, responsabilidade social e sem vender ativos.

Ele assegurou que até o final de seu mandato, a Transpetro deve encomendar mais 25 navios, dobrando a sua capacidade, e que novas licitações serão abertas para a construção de embarcações.

Bacci sugeriu ainda que o Estaleiro Enseada pudesse, por exemplo, fazer parcerias em projetos com outros estaleiros, trazendo agilidade à construção naval e uma parte dos serviços à Bahia. E ressaltou que, em qualquer país do mundo, a indústria naval é uma atividade incentivada, com subsídios, medidas protecionistas e investimento estatal.

O presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo Assembleia, Eduardo Salles disse que criará um grupo de trabalho permanente da indústria naval baiana.

E falou da necessidade de  pavimentação de trecho da BA-514, de São Roque até o entroncamento da BA-001, sentido Nazaré, e também da conclusão da BR-242, do entroncamento em Castro Alves, até São Roque do Paraguaçu.

E citou também a necessidade de melhora da Estrada da Cascalheira, um trecho de 15 km pelo qual poderia ser desviado o tráfego de caminhões do centro de São Roque.

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