A indústria brasileira de fundos de investimento iniciou 2025 com uma captação líquida negativa de R$ 16,9 milhões, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Em dezembro de 2024, as saídas líquidas haviam somado R$ 147,6 bilhões, o que mostra que janeiro foi marcado por uma desaceleração dos resgates. Com esse resultado, a indústria fecha o período com patrimônio líquido de R$ 9,3 trilhões.
Contribuiu para o resultado a retomada dos aportes dos investidores nos fundos de renda fixa, que tiveram uma captação líquida positiva de R$ 39,5 bilhões – montante que reverte o resultado negativo de dezembro (R$ 114,1 bilhões) e leva a categoria de volta, aproximadamente, ao patamar de entradas líquidas registrado em setembro do ano passado.
“Com a continuidade da alta da Selic, era de se esperar o movimento de retomada dos investimentos nos fundos de renda fixa, que neste ano tendem a ser os motores da indústria”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.
Na categoria de renda fixa, as entradas líquidas mais fortes em janeiro, de R$ 24,6 bilhões, foram registradas no tipo Renda Fixa Duração Baixa Soberano (que realizam investimentos de mais curto prazo em títulos públicos), seguidos por Renda Fixa Duração Livre Soberano (investimentos sem compromisso de prazo em títulos públicos), com R$ 9,8 bilhões. Além da renda fixa, apenas as categorias de FIPs (Fundos de Investimento em Participações) e de ETFs (fundos de índice) tiveram captação líquida positiva – respectivamente, de R$ 2,3 bilhões e R$ 2,1 bilhões.
“Também é uma boa notícia a diminuição da intensidade de resgates nos fundos multimercados neste início de ano, embora ainda seja necessário esperar mais algum tempo para ver se esse movimento representa uma reversão de tendência”, acrescenta Rudge.
Foto: José Cruz/Agência Brasil