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FESTIVAL BATUQUERÊ INICIA MOVIMENTO DE FORTALECIMENTO DOS BLOCOS AFROS E ANUNCIA ESTREIA PARA 2026

João Paulo - 26/01/2025 08:53 - Atualizado 26/02/2025

 

Os blocos afros da Bahia ganham um novo espaço de fortalecimento com o Festival Batuquerê, que será realizado em 9 de fevereiro de 2026. Mais do que um desfile no circuito Ondina-Barra, o festival se apresenta como um movimento contínuo de valorização e visibilidade para os blocos afros, com ações estruturadas que começam já no Carnaval de 2025.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (25), em coletiva de imprensa no Ilê, onde foram detalhadas as primeiras iniciativas do Batuquerê. Durante a folia de 2025, cada bloco terá um suporte  de comunicação online e offline para ampliar a presença dos blocos afros na mídia, garantindo espaço na cobertura jornalística para aqueles que não possuem assessoria de imprensa.

O Batuquerê também inicia um planejamento anual de qualificação profissional, voltado para a formação de jovens das comunidades dos blocos afros em áreas estratégicas do mercado cultural.

Blocos afros como patrimônio cultural

Durante a coletiva, foi reforçada a necessidade de reconhecimento oficial dos blocos afros como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, onde os blocos afros já conquistaram esse status.

“Esse festival é um ponto de partida para um movimento muito maior. Os blocos afros são a base da nossa identidade cultural, e o Batuquerê chega para garantir que essa história continue sendo contada, com mais estrutura, mais oportunidades e mais visibilidade” – destacou Alberto Pitta, fundador do Cortejo Afro.

Para os organizadores do festival, a iniciativa representa um avanço na luta por maior reconhecimento e apoio ao legado dos blocos afros na construção do Carnaval da Bahia.

 

“Esse projeto tem a ver com a ressignificação de um momento que sempre esperamos. O Batuquerê chega para reafirmar a força e a resistência do nosso povo” – afirmou Jorge Araujo, presidente do Malê Debalê e Presidente da Liga dos Blocos Afros.

“Que a gente comece, de fato, a colocar em prática a valorização da cultura dos blocos afros, garantindo visibilidade e estrutura para seguir crescendo” – declarou a Lucila Laura – Aluna / Percussionista da Banda Didá

Ações de formação e conscientização

Além da visibilidade, o Batuquerê também atuará na capacitação profissional e na promoção da consciência ambiental. O festival realizará oficinas de formação ao longo do ano, abrangendo temas como:

  • Técnico de Som – Captação, operação e mixagem de áudio.
  • Roadie – Montagem, manutenção e suporte técnico para eventos.
  • Audiovisual – Filmagem, edição e produção de conteúdo cultural.
  • Consciência e Letramento Racial – Reflexões sobre identidade, representatividade e história afro-brasileira.

Outra iniciativa será a Oficina de Conscientização sobre Limpeza das Praias e Preservação Marinha, promovida em parceria com o Projeto Baleia Jubarte.

“Os blocos afros são a alma do Carnaval da Bahia e símbolos da resistência e da identidade negra no Brasil. Este anúncio não é apenas sobre um festival, mas sobre a construção de um novo momento, onde os blocos afros recebem o espaço, a estrutura e o reconhecimento que merecem.” – ressaltou Filipe Ratz, da Pira, agência idealizadora do projeto.

Sobre os blocos participantes do Festival Batuquerê

O Festival Batuquerê contará com a participação de oito blocos tradicionais da cultura afro-baiana, cada um com uma história rica de resistência e expressão cultural:

 

  1. Cortejo Afro – Um dos blocos mais emblemáticos de Salvador, o Cortejo Afro é reconhecido por sua ousadia em levar à rua a riqueza das manifestações culturais negras, unindo música, dança e tradição com temas contemporâneos.
  2. Didá – Fundado por mulheres, o Bloco Dida é uma das principais expressões da cultura afro-feminina, com ênfase no protagonismo negro e nas danças tradicionais.
  3. Bankoma – O Bankoma representa a força das tradições africanas e o movimento de reafirmação da cultura afro-brasileira, com foco na preservação de ritmos e danças.
  4. Malê Debalê – O Malê Debalê é um dos blocos mais tradicionais, com uma história marcada pela luta e resistência dos negros na Bahia, trazendo em suas músicas e danças a memória de Zumbi dos Palmares e a luta pela liberdade.
  5. Apaxes do Tororó – Focado na valorização das tradições negras e nos festejos de rua, o Apaxes do Tororó é conhecido por sua energia contagiante e por manter vivas as raízes culturais dos afrodescendentes.
  6. Blocão da Liberdade – O Blocão da Liberdade é um dos maiores blocos afros da Bahia, com uma trajetória de resistência e força no movimento cultural, resgatando a memória dos negros e celebrando sua história.
  7. Bloco da Capoeira – Esse bloco é um marco na preservação da capoeira como manifestação cultural afro-brasileira, levando o ritmo e a arte das rodas de capoeira para as ruas do Carnaval.
  8. Muzenza – Fundado com o propósito de promover a música e a dança afro-brasileira, o Muzenza é um bloco que celebra a riqueza da cultura negra, sempre com forte presença de músicos e dançarinos.

Para mais informações, siga o @festivalbatuquere nas redes sociais.

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