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INFERTILIDADE DE CAUSA INEXPLICADA É UM DOS DESAFIOS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA

LUIZA SANTOS - 21/01/2025 14:09

Não conseguir ter filhos naturalmente pode gerar vários sentimentos na vida de um casal, como ansiedade, angústia, cobranças, frustração e tristeza. Quando a infertilidade vem acompanhada da ausência de um diagnóstico preciso que explique a condição, o cenário se torna ainda mais emocionalmente desgastante, muitas vezes, impactando a saúde mental e até a relação dos parceiros. “Em pelo menos 10% dos casais que buscam ajuda especializada para conseguir ter filhos, a origem da infertilidade não é explicada após a investigação médica”, destaca a ginecologista e especialista em Reprodução Humana Assistida, Sofia Andrade, da equipe do Cenafert. “Esses casos de Infertilidade sem Causa Aparente ou infertilidade inexplicada requerem uma investigação maior e são um desafio para a reprodução assistida”, revela a médica.

Cerca de 35% dos casos de infertilidade podem ser atribuídos à mulher, outros 35% são de responsabilidade do homem, 20% estão relacionados a ambos e 10% são de causas desconhecidas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). “A investigação da infertilidade deve ser feita sempre pelos dois sexos para que os fatores de infertilidade sejam identificados de forma mais precisa e adequadamente tratados”, explica Sofia Andrade.

“A inseminação artificial e a Fertilização in Vitro (FIV) são os tratamentos mais indicados nos casos de infertilidade sem causa aparente”, esclarece a especialista. O relógio biológico da mulher é um indicador para o início da investigação e do tratamento. Se ela já tem 35 anos, a espera não deve ultrapassar seis meses. Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil.

Infertilidade: causas

Além do relógio biológico, vários fatores podem comprometer a saúde reprodutiva das mulheres, como endometriose, ciclos menstruais irregulares, menopausa precoce, alterações hormonais, dentre outros.

No caso dos homens, a infertilidade é causada por problemas na qualidade e quantidade dos espermatozoides, não devendo ser confundida com disfunções sexuais. Além da varicocele, vários fatores podem comprometer a fertilidade masculina, dentre eles causas hormonais, genéticas, ambientais e hábitos de vida.

Outros fatores podem influenciar a saúde reprodutiva como tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, consumo de drogas, uso de anabolizantes, obesidade, poluição, uso de alguns medicamentos e a própria ansiedade. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) também podem causar danos ao aparelho reprodutor, causando infertilidade em ambos os sexos.

Na mulher, a endometriose incipiente (ainda não diagnosticada, mas já afeta a capacidade reprodutiva), e, no homem, a fragmentação do DNA do espermatozoide (o homem deve ter um percentual menor que 25% de espermatozoides com DNA fragmentado) são alguns dos fatores associados a problemas de infertilidade sem causa aparente.

Hábitos e saúde reprodutiva

Grande parte da população desconhece que os hábitos de vida podem contribuir, consideravelmente, para preservar a saúde reprodutiva. Não fumar, controlar o estresse e a ansiedade, ter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular, manter uma vida sexual saudável com uma frequência média de três relações por semana, dormir bem e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são algumas medidas essenciais para a saúde reprodutiva.

Manter-se no peso adequado e praticar sexo seguro também podem fazer a diferença. “A obesidade, o tabagismo e as Infecções Sexualmente Transmissíveis podem comprometer a fertilidade nos dois sexos”, afirma a especialista.

Além dos hábitos saudáveis, as consultas e exames de rotina com o ginecologista e urologista são essenciais para a preservação da saúde reprodutiva dos dois sexos. “Ao menor sinal de algo irregular na sua saúde reprodutiva ou mesmo quando se pretende adiar o projeto de ter filhos, é importante buscar ajuda especializada para avaliar sua condição reprodutiva”, finaliza.

Foto: Freepik

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