A dor nas costas é hoje a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Estima-se que 600 milhões de pessoas convivam com lombalgia, dor na região lombar, e que esse número chegue a 843 milhões até 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, cerca de 40% da população enfrenta dor crônica, e 15% relatam dor intensa ou incapacitante, segundo o Ministério da Saúde (Relatório CONITEC, 2022). Além do impacto na saúde, a condição é a principal causa de afastamentos do trabalho, gerando prejuízos econômicos significativos para empresas, sistemas de saúde e famílias.
Nos Estados Unidos, os custos anuais relacionados à dor nas costas ultrapassam US$ 600 bilhões, valor maior do que o combinado com câncer, diabetes e doenças cardíacas.
Para o neurocirurgião Dr. Carlos Eduardo Romeu, especialista em coluna e dor crônica, a solução vai além de tratar apenas a estrutura da coluna.
“A dor crônica é, muitas vezes, um sinal do cérebro que está ‘descalibrado’. Ele confunde os sinais e dispara por hábito ou medo, mesmo sem um dano real no corpo. Mas, por se tratar de um padrão aprendido, é possível reeducar o cérebro e recalibrar esse alarme”, explica.
O médico utiliza o protocolo de Recalibração Neural, que combina educação sobre dor, acompanhamento psicológico, reabilitação física e, quando necessário, procedimentos minimamente invasivos, como infiltrações guiadas por imagem, denervações e neuromodulação. A abordagem reduz a necessidade de cirurgias e o uso prolongado de medicamentos, oferecendo soluções mais seguras e duradouras.
“Tratar apenas a parte estrutural da coluna deixa de considerar o papel do sistema nervoso no processamento da dor. Mudar esse paradigma é essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto econômico da condição”, reforça o especialista.
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