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VI REDE CAPOEIRA CELEBRA HERÓIS E HEROÍNAS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

João Paulo - 15/01/2025 13:20 - Atualizado 15/01/2025

Manifestações artísticas, poéticas e musicais são linguagens de resistência da cultura afro-brasileira que serão celebradas durante o VI Rede Capoeira, em Salvador, entre os dias 22 e 25 de janeiro, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.  Com ampla programação gratuita, a atual edição do evento abraça, além da Capoeira, o Samba, o Frevo, o Maculelê e o Repente, além de homenagear heróis e heroínas populares responsáveis pela preservação artística da cultura ancestral. Todas as atividades acontecem Doca 1 – Polo de Economia Criativa, no Comércio. Durante quatro dias, oficinas, palestras, apresentações artísticas, contação de histórias com griôs, rodas de capoeira e samba e shows devem reunir um público diverso de mais de 5 mil pessoas. A realização e idealização do Rede Capoeira é assinada pelo Projeto Mandinga (@projetomandinga).

Abertura – Um dos momentos mais emocionantes e emblemáticos do evento está previsto para o primeiro dia, 22 de janeiro (quarta-feira), com a roda de conversa “Heróis Populares” com mestre Sabiá, idealizador do evento, o diretor de Promoção das Culturas Populares do Ministério da Cultura (MinC), Sebastião José Soares, e mediação do poeta James Martins, às 17h. Na sequência, será entregue o Troféu Sankofa – que reconhece o trabalho dos mestres e mestras na preservação da cultura africana – aos Heróis e Heroínas Populares, às 18h30.

Recebem o Troféu Sankofa os capoeiristas octogenários Mestre Nô, Mestre Virgílio da Fazenda Grande, Mestre Baiano, Mestre Fernando e Mestre Boa Gente; a aclamada sambadeira Dona Santinha e o Mestre Walmir Lima, integrante da chamada “primeira geração” do samba de Salvador; o músico Mateus Aleluia, grande símbolo de resistência e sabedoria; a passista de frevo mais antiga do país, Zenaide Bezerra; e o cordelista e repentista nordestino mestre Bule-Bule. O dia acaba em altíssima vibração com o show do músico, cantor, compositor e pesquisador, Mateus Aleluia. Nascido em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, o artista é remanescente da formação original do grupo musical Os Tincoãs, considerada a primeira banda a expressar a herança cultural, musical e linguística de diferentes povos africanos que aportaram no Brasil.

Berimbau – Oficinas, painéis e vivências marcam o segundo dia do evento, 23 de janeiro (quinta-feira), quando acontece a apresentação dos maiores tocadores de berimbau do Recôncavo, sendo eles mestres Adó, Ivan, Lucas e Carcará, às 18h. A programação inclui oficinas de capoeira com o mestre Lua de Bobó e mestra Nani, neta de João Pequeno.

Outro destaque é a roda de conversa “A Capoeira, Repente e o Frevo” com os mestres Nô, o repentista Bule Bule, a historiadora Mônica Beltrão, a passista de frevo mais antiga do país, Zenaide Bezerra, e mediação de James Martins. Também é esperada grande movimentação em torno das vivências de frevo e maculelê, com Zenaide Bezerra e Mestre Valmir Martins, respectivamente. Às 19h, acontece a Roda de capoeira do Recôncavo e, às 20h, o Samba Chula com o grupo Samba Chula Poder do Samba encerra a programação do dia.

Capoeira – No terceiro dia do evento, 24 de janeiro, será a capoeira a estrela da vez. Com todas as vagas preenchidas em poucos dias, seis oficinas prometem reunir centenas de praticantes e profissionais da luta ancestral. Os nomes dos mestres que ministram os encontros explicam o interesse dos participantes. São eles os mestres Jurandir, Paulinho Sabiá, Jogo de Dentro, Lobão, Maurão e mestra Preguiça.

O painel feminino “Minhas Referências na Capoeira” com as mestras Nani de João Pequeno, Preguiça, Patrícia Mascarenhas e mediação de Mônica Beltrão também promete ser concorrido. E quem quer conhecer mais sobre a história de mestre Bimba, poderá ouvir seus filhos no painel “Herança do Mestre Bimba: Família Machado”.

O fechamento do dia será com a beleza de rodas de capoeiras e com a voz inconfundível do cantor baiano Aloisio Meneses, que vai embalar todos com o repertório selecionado e dançante do seu show às 19h30.

Cortejo – O último dia do VI Rede Capoeira, 25 de janeiro (sábado) dá continuidade às disputadas oficinas, desta vez ministradas por mestre Sabiá e mestres Peixe Cru, Boa Gente, Medicina e Nô. O ponto alto será o Cortejo do Bando Anunciador do Mestre Lua Rasta e Berimbalada, às 12h40. A despedida e agradecimento a todos os participantes da sexta edição do evento será ao som de Pedrão Abib & O Samba da Democracia, com participação especial do mestre Walmir Lima.

“Além de ser um evento de preservação da cultura popular e celebração da capoeira, o Rede Capoeira também funciona como um grande ponto de encontro, quando capoeiristas e defensores da cultura popular, com atuação na Bahia, Brasil e outros países do mundo, congregam e compartilham suas lutas”, comenta Mestre Sabiá, que criou o evento e assina a sua coordenação.

Fotos: Leandro Couri

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