O mercado acionário brasileiro iniciou 2025 com forte saldo líquido negativo no fluxo de capital estrangeiro. Nos dois primeiros dias úteis de janeiro, investidores internacionais retiraram cerca de R$ 3 bilhões do país. Na última semana, o fluxo permaneceu negativo, com uma saída de R$ 854 milhões.
Conforme matéria publicada pelo InfoMoney, o saldo acumulado do fluxo estrangeiro na Bolsa em 2025 já atinge um déficit de R$ 3,4 bilhões. “Os estrangeiros continuam vendedores na Bolsa brasileira”, analisou Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, durante o programa Morning Call nesta segunda-feira (13).
Ferreira destacou a relevância desse movimento, já que os investidores estrangeiros têm grande influência nos preços dos ativos brasileiros negociados na Bolsa. Ele observou que o cenário reflete uma cautela global com ativos de risco, não apenas em relação ao Brasil, mas no mercado financeiro como um todo.
Por outro lado, investidores institucionais locais e pessoas físicas apresentaram saldos positivos. No acumulado de 2025, os institucionais registraram um saldo positivo de R$ 1,5 bilhão, enquanto os investidores individuais somaram R$ 1,1 bilhão.
Recompras de ações estabilizam fluxo institucional
O fluxo gerado por instituições financeiras no mercado acionário brasileiro manteve-se estável. A categoria “Outros” das negociações apresentou saldo positivo de R$ 700 milhões.
De acordo com Ferreira, parte significativa desse valor é resultado de recompra de ações promovida por empresas listadas na Bolsa. Com os preços das ações brasileiras em níveis descontados, diversas companhias aproveitaram a oportunidade para readquirir seus papéis no mercado, fortalecendo suas posições.
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