quarta, 08 de janeiro de 2025
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SALÁRIO MÍNIMO AUMENTA, MAS PODER DE COMPRA SE MANTÉM ESTAGNADO

Matheus Souza - 07/01/2025 19:52

O sálario mínimo passou a ser de R$ 1.518,00 em 2025, R$ 106 a mais do que no ano passado, o que corresponde a um reajuste de 7,5%. Porém, com o dólar em alta, e a provável continuidade na alta dos preços dos alimentos, o aumento no poder de compra do brasileiro não deve acontecer em relação ao preço da cesta básica, segundo estudo da consultoria LCA 4intelligence.

O cenário deve se manter até 2026, momento que o poder de compra seguirá estagnado e abaixo do nível pré-pandemia.

Isso é retratado na população, visto que em uma pesquisa do Datafolha divulgada no dia 31 mostrou que 61% dos brasileiros acreditam que a economia do país está no caminho errado, ante 32% que consideram a trajetória econômica positiva e 6% que não souberam responder.

Para a realização do estudo, o economista Bruno Imaizumi, da LCA 4intelligence, utilizou os valores passados das cestas básicas de São Paulo, produzidas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o salário mínimo vigente.

PODER DE COMPRA ESTAGNADO

Desde 1998 onde começa o histórico das cestas básicas do Dieese em São Paulo, até 2010, houve um ganho no poder de compra do brasileiro. Saindo de pouco mais de uma cesta básica por salário mínimo para 2,2 cestas em 2010.

Entre 2010 e 2019 está o período classificado como o de maior poder de compra do brasiliero, onde em média, o salário mínimo comprava 2,1 cestas básicas.

A partir de 2022, por conta da guerra entre a Rússia e Ucrânia houve um forte impacto no preço dos grãos globalmente, além de que vários episódios climáticos extremos ocorreram, reduzindo a oferta de alimentos e aumentando o preço em todo mundo.

Logo, o poder de compra caiu abruptamente para 1,5 cesta em abril de 2022.

Desde então, há uma ligeira recuperação, subindo para 1,7 em novembro de 2024, porém não há esperança de retornar ao que era antes da pandemia.

“Os níveis de preços permaneceram muito elevados e, olhando para as nossas projeções, que estendem para frente as métricas de poder de compra, vemos que não há uma recuperação [nos próximos dois anos]. Não voltaremos a patamares [de poder de compra] pré-pandemia, então o brasileiro ainda se sente lesado. Ele não consegue comprar o mesmo que comprava antes da pandemia, porque os níveis de preços permanecem muito altos.” diz o economista da LCA.

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