Os números do FipeZAP indicam um mercado imobiliário brasileiro aquecido no ano passado. Os preços dos imóveis residenciais fecharam 2024 com um aumento de 7,73% em relação ao ano anterior. Foi a maior alta desde 2013, quando os preços dos imóveis subiram, em média, 13,74%.
Na avaliação de Paula Reis, do DataZAP, o aumento nos preços dos imóveis residenciais é fruto da expansão do mercado de trabalho e do ganho de renda das famílias. Essa conjuntura impulsionou o mercado de crédito e possibilitou um aquecimento tanto do setor de moradia popular – como Minha Casa Minha Vida-, quanto dos segmentos da classe média e do setor de luxo.
A economista vê o cenário ainda favorável para venda de imóveis residenciais este ano apesar da alta de juros, que deve pressionar principalmente o público que depende das taxas de juros de mercado para financiamento: — A classe média é que vai ter maiores desafios porque o custo da Selic vai aumentar.
A variação do preço do imóvel residencial no ano passado foi bem acima da inflação ao consumidor, que acumula alta de 4,71% no ano, segundo a prévia do IBGE. Entre as cidades analisadas, apenas Campo Grande (MS), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Teresina (PI) tiveram redução nos preços de venda de imóveis em termos reais, ou seja, descontando a inflação no período analisado. As altas foram de 2,8% a 4,08%.
Segundo a pesquisa, a variação no ano foi puxada pelos imóveis de um dormitório, mais procurados, e por capitais do Sul e Nordeste. Os espaços com um dormitório se valorizaram em 8,71% no ano passado, enquanto os de quatro ou mais dormitórios tiveram alta de 6,24%. Na passagem de novembro para dezembro, o índice FipeZAP acelerou de 0,49% para 0,66%.
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