A Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), inicia nesta quarta-feira (8) a programação da 2ª edição do Curto Circuito das Artes. O evento, realizado com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e da Funarte, vinculada ao Ministério da Cultura, ocorrerá até o dia 16 de fevereiro.
Durante o festival, serão apresentadas, de forma gratuita, 15 atrações de música, dança, circo e teatro para públicos de todas as idades, em seis espaços culturais da cidade. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do próprio local, uma hora antes de cada apresentação.
A temporada de verão do Curto Circuito das Artes começa com o show “Baba Yaga”, da cantora mirim Lilica Rocha, às 16h, no Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro. A cantora, compositora e atriz, de apenas 10 anos, promete agitar o público com canções do segundo disco, “Baba Yaga – O Futuro é Agora”, além de releituras de clássicos infantis e da axé music, como Faraó, Chame Gente e Raiz de Todo Bem.
“Participar do Curto Circuito com o show Baba Yaga me deixa muito feliz e super animada. Tocar em Salvador pra mim é especial, minha terra, ainda mais no verão. Já vamos entrar no clima de carnaval”, antecede Lilica, que fará mais três apresentações no Curto Circuito ao longo de fevereiro.
Os novos 50 – Quem também abre a programação, nesta quarta-feira (8), é a peça “Aos 50 Quem Me Aguenta”, da atriz e escritora baiana Edvana Carvalho, às 19h, no Espaço Cultural da Barroquinha, também no Centro. A artista encenará textos autorais que tratam sobre a própria experiência enquanto mulher negra, nordestina e professora que ultrapassa a barreira dos 50 anos e lida com os desafios que essas condições impõem à mulher contemporânea.
“Os desafios são muitos porque a nossa sociedade ainda é patriarcal. O homem envelhece e fica mais bonito, a mulher envelhece e vira bruxa. Mas nós, mulheres de 50+, não aceitamos mais sermos colocadas em caixinhas. Somos bem diferentes das nossas avós, somos mulheres atuantes no mercado, na vida como um todo, muitas vezes refazendo nossas próprias vidas”, afirma Edvana.
A peça também será apresentada no dia 10 de janeiro (sexta-feira), no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360°, e no dia 11 (sábado), no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras. Como parte da programação do Curto Circuito, que tem o intuito de fortalecer a conexão entre público e arte de maneira autêntica, serão promovidas atividades formativas associadas aos espetáculos da mostra.
No caso da encenação “Aos 50 quem me aguenta”, será realizada no dia 9 de janeiro (quinta-feira), no Espaço Boca de Brasa Valéria, a “Oficina de interpretação teatral e expressão vocal”. A atividade terá início às 9h, com duração de três horas e 20 vagas disponíveis para atores iniciantes e estudantes de teatro.
O objetivo central é desenvolver o repertório e as técnicas necessárias para a criação de personagens, utilizando abordagens práticas e teóricas que combinem improvisação, jogos teatrais e construção da personagem. Também serão explorados textos do teatro nordestino e do negro, além da estética afrobrasileira percussiva.
Ainda, entre um espetáculo e outro no TGM, dá pra conferir a exposição “Plantações de Autoestima”, dos grafiteiros Sagaz & Pepino, em cartaz na Galeria da Cidade, além de curtir performances de outros artistas que realizam Residências Artísticas no Curto Circuito.
Demais atrações – Os atores baianos Rita Assemany e Marcelo Praddo trazem, respectivamente, as peças “Surf no Caos” e “Vou te Contar”. Rita se apresenta na sexta-feira (10), às 19h, no TGM, com um monólogo que questiona a natureza humana através da perspectiva de Lucy, o primeiro ser humano primitivo.
Já Praddo sobe ao palco no sábado (11), às 16h, no Espaço Boca de Brasa Valéria, com um monólogo dirigido e atuado por ele mesmo. O espetáculo dá voz a pessoas comuns, que não possuem milhões de seguidores ou desfrutar das regalias dos camarotes vips do nosso carnaval, mas que são a pura essência da nossa alma brasileira.
Na quinta (9) e sexta-feira (10), às 19h, acontecerá a apresentação do espetáculo “Entrelinhas” no Espaço Cultural da Barroquinha. Direcionado ao público adulto, o espetáculo de dança discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz da mulher negra é historicamente silenciada dentro de uma sociedade opressora, machista e de mentalidade escravocrata. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas.
Haverá ainda apresentação do projeto Sibí Dúdú no sábado (11) e domingo (12), às 16h, no Espaço Cultural da Barroquinha. A atração busca celebrar a cultura de matriz africana em Salvador através das raízes do samba de roda. Os artistas soteropolitanos que comandam o palco são Nega Duda Sambadeira e a Orquestra de Atabaques do grupo Mãos no Couro.
Ocupando três espaços entre 9 e 15 de janeiro, o espetáculo teatral Museu do que Somos convida o público a experienciar o lugar de curador de uma exposição e construir um museu que exponha não apenas sua memória, mas sobretudo os contextos do vivido e as peças do presente. Com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr., a obra mistura teatro, performance e museologia e será apresentada no TGM na quinta-feira (9), às 16h; no Sesi Casa Branca, no Caminho de Areia, no sábado (11) e domingo (12), às 19h; e no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, em Cajazeiras X, no dia 15, às 19h.
Conexão – O Curto Circuito das Artes oferece uma programação diversificada, composta por espetáculos, exposições e residências artísticas. A proposta visa promover inclusão, diversidade e o acesso à cultura, alcançando um público de todas as idades e fortalecendo a conexão com as artes de forma autêntica e transformadora.
Para o diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis, idealizador do Curto Circuito, e as atrações de janeiro e fevereiro vão aquecer ainda mais o verão da capital baiana, ocupando diversos espaços da FGM espalhados pela cidade, como o Quarteirão das Artes, os Espaços Bocas de Brasa, e locais da cidade como Valéria, Cajazeiras, Cidade Baixa, Pelourinho e Vista Alegre.
“Um caldeirão fervilhando de teatro, dança, música, circo, artes visuais, performance e muito mais. Vai ter arte transbordando por toda parte, para todos os gostos e idades. Inclusive para a criançada, que será agraciada com espetáculos infantis, contemplando até bebês. Mais do que um festival, a temporada de verão do Curto Circuito das Artes será um estrondo na cidade”, afirmou Assis.