Segunda bebida mais consumida no mundo, ficando atrás somente da água, a presença do café no dia a dia do brasileiro é algo incontestável. E o café produzido na Bahia tem sido protagonista quando o assunto é qualidade dos grãos. Mas não apenas isto. A marca baiana Colheita das Alegrias, do grupo Alimentos Tia Sônia, tem ganhado o mercado internacional com certificação focada em uma produção que regenera a biodiversidade. Além de ter selo de produto orgânico e focar em uma produção que incentiva produtores da microrregião do Planalto de Vitória da Conquista, é uma das 335 empresas B Certificada do país. Está entre as 14 do Nordeste e as sete da Bahia.
“O propósito é o principal pilar do Colheita das Alegrias. É o que motiva a gente a levar um café de alta qualidade para os baianos e brasileiros. A fazenda é certificada como orgânica para o Brasil, os Estados Unidos e a comunidade Europeia. Seguimos o caminho de uma agricultura orgânica e regenerativa, sem esquecer do ponto de vista educacional e da transferência de conhecimento para a comunidade. Temos um produto de alta qualidade, seguro, livre de agrotóxicos, orgânico e que regenera a biodiversidade”, explica Vinícius Lima, gerente de Qualidade da fazenda.
Uma empresa B Certificada precisa atender padrões rigorosos de desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade. Para receber a certificação, as empresas passam por uma avaliação da B Lab, uma organização internacional sem fins lucrativos. A certificação B Corp, como também é conhecida, é uma forma de reconhecer o compromisso da empresa em equilibrar o sucesso financeiro com o impacto positivo nas pessoas e no planeta.
Como tudo começou
Para entender o início de tudo, é preciso voltar na década de 90, mais precisamente em 1996, quando o agrônomo Marcos Fenício, CEO do Colheita das Alegrias e fundador da empresa Alimentos Tia Sônia, resolveu estudar Agricultura Biodinâmica no Instituto Biodinâmico (IBD). “Desde que me formei quis trabalhar com orgânico, a motivação era fazer crescer esta filosofia, porém 30 anos atrás, poucas pessoas se interessavam pelo assunto. Hoje, é uma satisfação muito grande produzir este café orgânico, de alta qualidade, com propósito. É a realização do meu projeto. A Tia Sônia entra como apoiadora dos projetos em parceria com o Colheita, as duas são empresa B e juntas trabalham para melhorar o mundo”, conta.
Fenício transformou a produção da fazenda, até então tradicional, em uma agricultura regenerativa e orgânica em 2018, quando herdou as terras do pai e fundou a Associação Colheita das Alegrias. A ação focou em compartilhar conhecimento e promover atividades para crianças, jovens e adultos do Povoado das Alegrias, onde a fazenda está localizada, em Barra do Choça, no Sudoeste baiano. Em seguida, surgiu o café embalado e acessível aos consumidores nas gôndolas dos supermercados.
O café Colheita das Alegrias tem uma pontuação de 80+, da Specialty Coffee Association (SCA), que indica que um café é especial. A metodologia é uma das mais conhecidas para classificar cafés e a pontuação vai até 100. A marca valoriza a mão de obra, faz compensação das suas embalagens, torra e distribui seus produtos semanalmente. O grupo Tia Sônia também vende o Café Comunidade, uma curadoria de grãos produzidos por pequenos produtores parceiros da Região das Alegrias. Colheita das Alegrias é uma das principais marcas de café especial da Bahia e do Nordeste, com vendas no país inteiro. Além de mirar o mercado nacional, faz prospecções para mercados internacionais, com vendas direcionadas a parceiros de alta qualidade, cafeteria e torrefações do mundo inteiro.
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