

O prefeito Ramon de Sena (republicanos) assinou a renovação de um contrato de R$ 35,5 milhões entre a Prefeitura de Sapeaçu e a empresa Pompéia Serviços Terceirizados LTDA – ME, logo após o prefeito decretar cortes e limitações financeiras no município, levantou questionamentos sobre coerência administrativa e prioridades da gestão. O contraste entre o discurso de austeridade e a manutenção de um contrato milionário chama atenção também pelo histórico da empresa, que atua há cerca de 16 anos em Sapeaçu e tem como sócio-administrador Wilde Tanajura, nome já citado em reportagens e investigações envolvendo contratos públicos em outras cidades baianas.
Apesar do valor expressivo, servidores terceirizados relatam que continuam recebendo salários com atraso. Um trabalhador ouvido pela reportagem afirmou que a situação se repete mês após mês, dificultando a vida de quem depende exclusivamente desse rendimento. Uma fonte do alto escalão da gestão municipal, que pediu anonimato, afirmou que a renovação teria relação com compromissos feitos ainda no período eleitoral, sugerindo que fatores políticos influenciaram a decisão mesmo diante do decreto de contenção de despesas.
Enquanto isso, setores essenciais do município enfrentam cortes, limitações e suspensão de atividades, ampliando o debate sobre a necessidade de transparência, fiscalização e critérios mais rígidos na contratação e permanência de empresas terceirizadas. Diante do cenário, cresce a expectativa de que o Ministério Público, vereadores e outros órgãos fiscalizadores solicitem esclarecimentos formais sobre o caso e acompanhem a execução do contrato.
A reportagem procurou a Prefeitura de Sapeaçu para comentar o assunto, pedir explicações sobre os critérios de renovação e questionar a situação dos salários atrasados dos terceirizados. Até o fechamento desta matéria, não houve resposta.