A temporada de verão do turismo no Brasil deve gerar um impacto significativo na economia, com uma estimativa de receita superior a R$ 157 bilhões, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Esse montante representaria um aumento de 1,7% em relação ao ano passado.
O período das férias de verão é crucial para o setor turístico, respondendo por cerca de 44% da receita anual. Para Fábio Bentes, economista da CNC que liderou o estudo, o aquecimento do mercado de trabalho tem contribuído positivamente para o turismo.
Com a taxa de desemprego em 6,2%, mais brasileiros estão conseguindo poupar dinheiro para investir em viagens. No entanto, o especialista destaca que a elevação dos juros e, consequentemente, dos custos de crédito, pode ser um desafio para o crescimento do setor.
Bentes aponta que, apesar dos preços elevados das passagens aéreas, o cenário é otimista para a alta temporada. “Ao contrário de ocasiões anteriores, a passagem foi, até o ano passado, uma espécie de freio de avanço do turismo. O setor depende muito do custo da passagem aérea.”
Os preços das passagens apresentaram uma redução significativa em comparação com os mesmos meses de anos anteriores. Dados do IPCA-15 indicam uma diminuição de 21,1% no preço médio das passagens aéreas nos 12 meses até outubro, após um aumento superior a 50% entre 2021 e 2023.
“Isso não significa que a passagem aérea esteja barata, ela não está, ela é caríssima”, esclarece Bentes. “Nós acreditamos que a variação negativa desse preço vai ajudar a impulsionar um pouco mais o setor.”
A pesquisa ‘Tendências de turismo verão 2025’, divulgada pelo Ministério do Turismo no mês passado, prevê que o setor deve gerar R$ 148,3 bilhões no período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025.
Esse valor leva em consideração um gasto médio de R$ 2.514,00 por pessoa, um aumento de 34% em relação ao verão anterior, quando a média foi de R$ 1.877,00. O levantamento também aponta que 59 milhões de brasileiros têm planos de viajar a lazer nesta temporada.
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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