Com estreia no Festival Virada Salvador 2025, realizado entre os dias 27 e 31 de dezembro, o aplicativo Nina desenvolve tecnologia integrada para mapear e combater a violência de gênero na mobilidade urbana e em áreas de grande circulação de pessoas e, possivelmente, será utilizado no Carnaval 2025. A ferramenta foi lançada nesta edição com intuito de receber denúncias de importunação sexual e de demais casos de violência que fossem registrados dentro da Arena O Canto da Cidade, na orla da Boca do Rio, nos arredores e nas linhas de ônibus especiais que prestaram atendimento ao evento. Nenhum caso precisou ser registrado pela ferramenta.
O novo canal foi lançado através da parceria entre a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) com a Empresa Salvador Turismo (Saltur) e a startup Super Nina, que desenvolveu a tecnologia. Para a secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, o não uso do aplicativo é sinônimo de sucesso nas ações de combate à violência no Festival. “Foi uma ferramenta fundamental para inibir agressores, gerando consequente diminuição de casos efetivos de importunação sexual e violência sexual dentro do espaço da festa e nos pontos de ônibus”, considerou.
Nos quatros dias do evento, a SPMJ registrou um caso de assédio, oito de importunação sexual e três de agressão física. As denúncias dos 12 episódios ocorridos dentro da Arena foram feitas diretamente no Centro de Atenção à Mulher, que funcionou das 19h às 7h, durante todos os dias do evento. No local, as vítimas relataram os abusos e receberam suporte psicológico, jurídico e encaminhamentos para os demais órgãos de proteção à mulher.
“Entendemos que a divulgação através das nossas campanhas, o lançamento do aplicativo, bem como o apoio da mídia nos ajudaram muito. Tudo isso evidenciou nosso olhar criterioso no espaço e na segurança dessa mulher que foi curtir ou trabalhar no Festival. Os registros baixos significam que existe hoje uma conscientização de que o espaço de lazer precisa ser seguro para todos”, pontuou a secretária.
Somadas as situações ocorridas no espaço da festa, o Centro abordou, acolheu e orientou 1.171 mulheres. Desse total, 102 relataram agressões sofridas fora do perímetro do Festival.
O Nina segue disponível para smartphones e funciona por meio de um QR Code que dá acesso direto a um WhatsApp para a denúncia.
O WhatsApp dialoga diretamente com a pessoa assistida, por meio da Inteligência Artificial. As mulheres podem se cadastrar, enviando uma mensagem pela plataforma para o número de atendimento nacional (85) 93300-7001.
Foto: Lucas Moura/Secom PMS